quarta-feira, 6 de outubro de 2010

2004 a 2006- Artigos de opinião in Diário de Noticias da Madeira

UMa contida
D Sara Aline Medeiros André já deixou o cargo de presidente da Associação Académica da Universidade da Madeira (UMa) há alguns anos, mas continua a ser mais conhecida pela sua acção naquela instituição do que pelo trabalho que desenvolveu nos últimos quatro anos na qualidade de deputada do PSD na Assembleia Regional. D Na Universidade, Sara André foi responsável pelo período de maior dinamismo da associação de estudantes até à presente data. Atenta a todas as questões relacionadas com o ensino superior, desdobrou-se em iniciativas, contactos e reivindicações. Quando iniciou aquelas funções, em Março de 1998, apresentou um programa que prometia "pôr a UMa num brinquinho". Já então ligada à JSD, optava por um discurso dual. Criticava muitas vezes a política educativa do governo da República (liderado por António Guterres) e poupava o Governo Regional. D O protagonismo assumido na UMa acabou por ser recompensado, no ano 2000, com o décimo lugar na lista "laranja" pelo concelho do Funchal. No passado, outro ex-dirigente da Associação Académica, Jorge Carvalho, havia se sentado na bancada do PSD, mas figurando num lugar menos destacado da lista. D Relativamente ao mandato que está a terminar (2000-2004), Sara André esteve mais discreta, embora fazendo um razoável número de intervenções, metade das quais dedicadas a questões associadas ao ensino superior. Devido às suas funções profissionais (professora do ensino básico), também passou a abordar temas relacionados com as crianças, as pessoas portadoras de deficiência e, pontualmente, a reinserção social de toxicodependentes, a educação sexual e a violência doméstica. De qualquer modo, foi uma prestação menos visível, que parece colidir com o protagonismo natural de Sara André. Possivelmente, tratou-se de uma atitude adaptada à lógica de funcionamento do grupo parlamentar do PSD, onde disciplina é uma palavra de ordem. Aliás, noutros palcos, como os congressos da JSD, a ex-dirigente académica arriscou remar contra a onda dominante, com intervenções ousadas, mas tal rebeldia não se viu no parlamento. Uma opção que parece ter dado frutos, pois Sara André, agora com 28 anos, foi convidada a integrar novamente as listas do PSD num lugar elegível (14.º), pelo que deverá cumprir um segundo mandato na Assembleia. D No seu mandato de estreia, Sara André integrou a 6.ª Comissão de Saúde, Assuntos Sociais e Protecção Civil e a 7.ª Comissão de Educação, Juventude, Cultura e Desporto. Foi também vice-secretária da Mesa apenas no primeiro dos quatro anos da Legislatura. D [ENTRETITULO]Intervenções D Das cerca de três dezenas de intervenções de Sara André no parlamento, houve duas que se destacaram claramente. A primeira teve lugar em 17 de Abril de 2002, quando a jovem deputada foi a porta-voz de um voto de congratulação do PSD "pela forma pacífica como decorreram em liberdade democrática as primeiras eleições presidenciais em Timor". D Esta iniciativa foi aprovada por unanimidade, não sem que alguns deputados da Oposição (Paulo Martins e Martins Júnior) recordassem a inflexão da posição do PSD-M sobre a questão timorense. D A segunda iniciativa data de 22 de Julho de 2003, quando Sara André apresentou um projecto de resolução do PSD que "recomenda ao Governo da República e à Universidade da Madeira que tomem as medidas necessárias para a criação e integração de unidades orgânicas de cariz politécnico na UMa". Sara André defendeu que esta integração deveria presumir uma clara separação entre ensinos universitário e politécnico, por terem «características muito distintas». Esta proposta só seria aprovada, também por unanimidade, em Outubro do mesmo ano.
Miguel Fernandes Luís
in Diário de Noticias
 Decisao no feminino 10-03-2005
SARA ANDRÉ
Decisão no feminino
10-03-2005

"Hoje, mais do que nunca, a causa da Mulher é a causa de toda a Humanidade." D [ENTRETITULO]B. Boutros Ghali. O papel da mulher na sociedade evoluiu muito ao longo dos tempos. D Vista no passado como um ser frágil e dotado de pouca inteligência, a sua opinião nunca era válida ou levada em conta, sendo a sua única função a de ser boa mãe, dona de casa e esposa obediente. D Hoje em dia a Igualdade de Oportunidades entre os homens e mulheres é um princípio reivindicado e em muitos domínios já adquirido. D As mulheres conseguiram provar estar à altura de todos os desafios. Infelizmente ainda não venceram o principal, o respeito pelo seu sucesso e mérito que é constantemente posto em causa por pessoas pouco escrupulosas. D Profissões e lugares tradicionalmente ocupados por homens, como são aos cargos de chefia ou políticos são os mais visados pela mesquinhez quando ocupados por mulheres. D Não vamos tapar o "sol com a peneira" e vamos falar claro. Todos nós sabemos o que dizem das mulheres que ocupam estas posições e em especial se estas são jovens. D O mérito, o trabalho, o empenho são colocados em segundo plano e justifica-se o sucesso pelos atributos físicos e pelos supostos relacionamentos afectivos ou por razões familiares com os que decidem ou detêm algum poder. D Devo dizer que comigo, tal boataria de baixo nível sempre me acompanhou ao longo destes anos em que estou na política. Casos amorosos, ligações a forças obscuras, conspirações são alguns dos exemplos dignos de novelas com muita ficção científica à mistura. D Aproveito este artigo para denunciar todos aqueles que usam destes esquemas e expediente, para tentar intimidar, ameaçar, subjugar, humilhar, desencantar e isolar as mulheres que estão na política e em especial aquelas que por uma razão ou outra incomodam. D Não se importam se prejudicam inocentes, se põem em causa famílias, a honra e a dignidade das pessoas. Vale tudo! D Pois a esses digo: Nada do que possam inventar me vai fazer desistir de dizer aquilo que penso e de ser quem sou, de apoiar, defender ou criticar quem acho que merece e de ser amiga e leal a quem me respeita. D Incentivo todas as mulheres a lutarem contra o preconceito e a maledicência. D Tal como conquistámos o direito de votar e participar activamente na construção da nossa sociedade, conquistaremos com esforço e perseverança o direito de podermos exercer certas profissões, ocupar lugares e manifestarmos livremente as nossas opiniões, sem termos medo de ser desrespeitadas e caluniadas socialmente. D Ao contrário do que pensam não queremos ser iguais, porque somos mulheres e queremos preservar as nossas diferenças e feminilidade, queremos apenas igualdade nas oportunidades. D A persistência das mulheres de hoje , tal como no passado, irá abrir portas às mulheres do futuro. D Lembrando que no dia oito de Março se comemorou o Dia da Mulher, deixo algumas frases para reflexão, apresentadas numa acção para a Igualdade de Oportunidades integrada no projecto Violeta : D "Para cada mulher forte, cansada de aparentar debilidade, há um homem débil cansado de parecer forte." D "Para cada mulher cansada de parecer agir como uma tonta, há um homem agoniado por ter de aparentar que sabe tudo." D "Para cada mulher catalogada como pouco feminina quando compete, há um homem obrigado a competir para que não se duvide da sua masculinidade." D "Para cada mulher cansada de ser qualificada como um ser emotivo, há um homem a quem se tem negado o direito de chorar." D "Para cada mulher que dá o primeiro passo em direcção à sua liberação, há um homem que redescobre o caminho da liberdade."
in Diário de Noticias
SARA ANDRÉ
Limitações
26-04-2005

D [ART-OPI]A discussão política sobre a limitação de mandatos, lançada pelo partido socialista, veio sem dúvida distrair os portugueses dos reais problemas da Nação e da intervenção necessária em sectores fundamentais. D Medida tida como reguladora da democracia, surge com a justificação de combater a corrupção e a personificação do poder político e como garante da efectiva renovação da classe política. D Ao longo destas semanas alguns analistas e comentadores televisivos, apoiantes desta medida, davam como exemplo o Brasil como sendo um país que adoptou estas medidas e tem uma das menores taxas de abstenção em processos eleitorais das democracias actuais. Esqueceram-se foi, no entanto, de referir que os casos e escândalos de corrupção são recorrentes na classe política brasileira. D As causas poderão ser muitas e diversas, mas o que é facto é que em nada esta medida veio prevenir e evitar o que de pior há na política. D Parece que esta limitação, no exemplo mencionado, permite aos que têm menos escrúpulos saber exactamente em que "timing" actuar. Faz lembrar o furão, que assalta o galinheiro e leva tudo o que pode antes do galo cantar e o sol raiar. Esse é o seu sinal para fugir antes que o dono da quinta apareça. D No que diz respeito à renovação da classe política, julgo ser importante analisar esta situação com menos ligeireza. A renovação política nos órgãos de poder local, regional e nacional não pode ser feita de qualquer maneira só porque a lei assim o vai determinar. D Aos políticos que exercem estas funções é-lhes exigido o pressuposto de que deverão ter perfil, um mínimo de experiência e/ou percurso político, e credibilidade junto da população. É preciso haver responsabilidade e estes órgãos não podem funcionar como escolas de preparação política como são, por exemplo, as estruturas de juventude partidária, onde os erros básicos inerentes à aprendizagem são aceitáveis e a renovação dos seus quadros essencial no princípio inerente à criação destas estruturas. D Para mim, a renovação política parte da consciencialização interna que só diz respeito aos partidos e seus militantes, e no geral aos cidadãos que através do seu voto quebram ciclos e estratégias políticas. D Assim, considero que impor, através de legislação, a limitação de mandatos restringe não só a vontade da população mas também é uma clara ingerência na vida interna dos partidos, no que diz respeito à escolha dos seus candidatos, objectivos e estratégias políticas. D Mas não gostaria também, de deixar passar a oportunidade para mostrar a tamanha hipocrisia reinante aqui na RAM a propósito desta discussão. D Alguns vieram a público defender ou até mesmo aceitar esta medida, com uma ou outra "nuance". Obviamente são livres de emitir opinião, respeito, até porque sou apologista da liberdade de expressão, agora o que me indigna é a falta de coerência entre o que dizem e depois o que fazem na prática. A verdade é que tentam manter as sua teia de influência e/ou perpetuar-se à frente das estruturas políticas a que pertencem com o intuito de levar a bom porto os seus projectos pessoais profissionais e/ou de poder. D Falo, está claro, dos que se opõem ao Dr. Alberto João Jardim. Falo de todos aqueles a quem dá imenso jeito que o presidente esteja limitado ao menor número de mandatos possível. D Existem já claques igualáveis às dos "holligans" organizadas, cartazes prontos e os gritos já estão afinados. Veremos os "meninos" a sair da "toca" e muitos a "virar a casaca". D Considero assim que o grupo que defende a limitação de mandatos parece um "albergue espanhol", cabem lá todos: dos "utópicos" que pensam, e acreditam piamente que a limitação de mandatos vem resolver todos os males da democracia, até aos incompetentes, oportunistas e megalómanos que vêem assim uma possibilidade de rapidamente chegarem aonde por incompetência e/ou incapacidade nunca chegariam, ou seja impedir administrativamente de concorrer quem lhes faz sombra e/ou quem nunca conseguiram derrotar nas urnas. D Considero no entanto que esta discussão pode e deve ser benéfica, mais que não seja, para "separar o trigo do joio", os que defendem princípios dos que defendem interesses. Porque há dos dois lados. E... a defesa de qualquer das posições, pró ou contra, deverá ser feita na base dos princípios. D Eu, por princípio e em consciência, sou contra qualquer limitação ao pleno direito de escolha dos eleitores, acredito que a substância e razão de ser da democracia é exactamente esse direito à livre escolha, sem qualquer tipo de restrição. D Eu, enquanto cidadã, preciso de acreditar que quem está na política se rege por princípios éticos, de honestidade e de defesa da causa e interesse público, que as instituições são credíveis, e que assim posso confiar nos que me representam.
in Diário de Noticias
Sara André
Segurança Social – que futuro?
6-06-2005

D Recentemente a Secretaria dos Assuntos Sociais promoveu na Universidade da Madeira uma conferência subordinada ao tema do Futuro e Sustentabilidade da Segurança Social, onde o Prof. Pedro Telhado e o Prof. Mário Patinha Antão fizeram várias considerações que importa registar. D O Sistema da Segurança Social em Portugal, sistema solidário de repartição, resulta de uma conjuntura dos anos 60, em franco crescimento demográfico e económico que chegava a atingir taxas de 6%. D Hoje a realidade é bem diferente. D A taxa de natalidade baixou consideravelmente, a população está mais envelhecida e tem maior esperança de vida, e devido às sucessivas crises económicas e falta de reformas estruturais em domínios considerados essenciais, o crescimento económico não ultrapassa 1,5%, tornando claramente o sistema de Segurança Social insustentável no futuro, se não forem tomadas medidas. D No ano de 2000 foi publicado um estudo da autoria do Prof. Pedro Telhado – A Reforma da Segurança Social – contributos para reflexão", onde se constatou que a maior parte dos portugueses não sabe como se organiza e o que é a Segurança Social, mas quando se fala concretamente em pensões de reforma, tem ideias bem definidas, desconfiança e preocupação relativamente ao futuro. D Uma coisa é clara, o sistema de Segurança Social obriga um cidadão activo a um contrato com o Estado, aproximadamente, durante 40 anos. D Este cidadão desconta dos seus rendimentos uma percentagem para a Segurança Social e terá retorno através das prestações imediatas, nomeadamente subsídio de desemprego, maternidade, doença e prestações mediatas de reforma, invalidez, sobrevivência, sendo também solidário com os menos afortunados contribuindo, designadamente, para o Rendimento de Reinserção Social. D Com a nova realidade nacional, a verdade é que existe um sério risco de sustentabilidade da Segurança Social e da continuidade de todos estes benefícios. D São vários os problemas, a longo prazo, que têm de ser resolvidos e estamos a falar dos próximos 20 a 40 anos. D 1 – Elevação do produto potencial – taxa de crescimento do PIB D 2 – A sustentabilidade das finanças públicas D 3 – Financiamento da Segurança Social D 4 – As opções de políticas públicas e D 5 – Opções de reforma dos sistemas de pensões D Portugal não tem conseguido resolver os graves problemas existentes nos três primeiros pontos mencionados, e um futuro mais risonho pressupõe novas opções de políticas públicas. D Mas não se pense que este é um problema exclusivo de Portugal. D A aritmética demográfica é desagradável na maior parte dos países europeus. D A Suécia e a Alemanha enfrentam elevadas taxas de desemprego, devido à deslocalização de empresas, consequência, em muito, das políticas de protecção laboral. Aqui as soluções que têm sido adoptadas são as reformas paramétricas, que obviamente têm outros problemas associados. D O caso da França é muito mais grave, onde houve uma forte resistência às reformas e o resultado foi desastroso. D Por tudo isto, e tendo em conta os exemplos de sucesso da Espanha que não só melhorou o seu deficit, como também não tem problemas de equilíbrio de finanças públicas, da própria Região Autónoma Madeira com um crescimento económico que se estima de 5% pontos anuais, com uma das taxas mais altas de natalidade do país e uma gestão adequada, ou das reformas paradigmáticas adoptadas pela Irlanda e Reino Unido que assumiram sistemas assentes em mais do que um pilar, faz com que Portugal, necessariamente, traga novamente para a 1ª linha de discussão nacional a sustentabilidade e reforma do sistema da Segurança Social. D Portugal tem de caminhar rapidamente para um compromisso de futuro, sem estar dependente de decisões com lógicas partidárias e que deverão ir para além de legislaturas. Para isso é necessário iniciar uma discussão séria, baseada em valores não só sociais como também económicos com uma linha de rumo constante, séria e serena mas com medidas activas e estruturantes, mesmo que fracturantes, que assegurem o futuro, o desenvolvimento económico e a sustentabilidade da Segurança Social, que é uma garantia não só de solidariedade, mas também de condições de vida para quem deixa a vida profissional activa. D Na Madeira, o nosso Governo já afirmou publicamente que quer discutir um novo modelo de desenvolvimento económico e social, tendo em conta as novas dificuldades que se avizinham, com a perspectiva de atrair e criar condições para o investimento privado equilibrando-o ou até superando-o ao investimento público, isto levará naturalmente à continuidade do crescimento económico contrariando as más tendências. D Mais investimento significa mais emprego, que significa maior poder de compra, que significa melhores condições de vida, que significa maior equilíbrio e sustentabilidade económica e social nos diversos sectores.
in Diário de Noticias

Sustentabilidade da Segurança Social 18-10-05

Sara André
18-10-2005

Este parece ser um tema recorrente nos meus artigos mas, se tivermos em conta que há muito pouco tempo a Segurança Social em Portugal apresentou um buraco financeiro de 115 milhões de euros, julgo que é importante reflectir sobre a importância da necessidade de haver equilíbrio do sistema de previdência.Y Todos sabemos que o sistema é sustentado pelos indivíduos activos na nossa sociedade, mas não é menos verdade que estes são cada vez menos, face ao envelhecimento crescente da população portuguesa e aos valores preocupantes da taxa de desemprego no todo nacional.Y Menos contribuintes e mais dependentes do sistema, o resultado torna-se evidente, aproximamo-nos a passos largos do colapso do sistema de previdência.Y Aumentar a idade das reformas parece, à primeira vista, uma medida que, embora impopular, irá resolver o problema da sustentabilidade da Segurança Social. E, se calhar, a curto prazo até vai, mas a verdade é que se trata de uma medida que não terá efeitos a longo prazo, servindo apenas para adiar o problema. E, quando este voltar, será ainda com mais força.Y A verdadeira medida, e aquela que tem de ser tomada, é a do apoio à maternidade, à infância e à juventude.Y Precisamos de mais crianças, de famílias numerosas. Compete ao Estado criar infra-estruturas de apoio e promover legislação adequada, quer na área da educação quer noutras áreas, que possibilitem uma verdadeira capacidade de opção para os pais que pretendam ter filhos sem abdicar das suas carreiras profissionais.Y Pensem numa família da classe média em que ambos os progenitores são trabalhadores, com 4 filhos de 2, 4, 6 e 8 anos. Por questões de segurança (e muito bem) necessitam de usar cadeirinha no carro. Esta família terá obrigatoriamente de mudar de carro para uma carrinha. Que apoios há para esta aquisição? E, no que se refere a infra-estruturas escolares do Estado, será que quando chegou a altura estes pais não tiveram dificuldades em encontrá-las? E, quanto ao futuro, será que o Ensino - seja ele Técnico ou Superior em Portugal - está organizado e adequado às necessidades de trabalho, será que estas crianças terão perspectivas de emprego e de um futuro risonho? E os pais, será que têm uma legislação laboral efectiva e fiscalizada que lhes garanta um acompanhamento dos seus filhos sem que tenham problemas no emprego?Y Este pode parecer um exemplo ridículo, mas aposto que são preocupações constantes de quem tem uma família numerosa, e é o que se passa na cabeça da maior parte dos jovens de hoje em dia que querem constituir família. Que condições poderemos oferecer aos nossos descendentes se tivermos mais de um ou dois filhos?Y Considero que estas são questões básicas, entre outras, que, enquanto não encontrarem respostas e forem resolvidas cabalmente, inviabilizarão qualquer mudança positiva na estrutura etária da população portuguesa, com as consequências que se começam a verificar na (in)sustentabilidade da Segurança Social.Y Assim, a sustentabilidade do Sistema passa por um grande investimento nas famílias em todas as suas vertentes.Y Aumentar a idade de reformas é uma solução que ao ser conscientemente aceite como um sacrifício, tendo em conta a situação do país, deveria ser assumida como transitória, pelo menos até que as verdadeiras medidas de incremento da natalidade começassem a surtir efeito.
Sara André
in Diário de Noticias

Sara André
10-03-2006

Hoje em dia existe uma ideia pre-concebida de que os jovens estão completamente alheados da política e do que se passa no nosso País. De que, só os que estão ligados a partidos políticos é que têm alguma opinião, mas que esta está sempre condicionada a um interesse particular de subida ou manutenção na estrutura partidária. Pois eu resolvi contrariar esta concepção, e porque partilhamos de algumas ideias em comum, transcrevo na íntegra a opinião de João Gomes, um jovem, como tantos outros, sem cargos políticos que nada mais ambiciona a não ser desempenhar bem a sua profissão: "Chegamos a uma altura, nestes tempos difíceis que atravessamos, em que urge começarmos a pensar em relançar o nosso País, sermos competitivos e arranjar maneiras de rumarmos ao sucesso. "Em todas as grandes adversidades, reside a semente de um sucesso equivalente ou superior", e nós portugueses não podemos deixar passar em claro todos os erros que cometemos no passado. Há muito a mudar, e muito passa pela alteração da nossa própria mentalidade e atitude enquanto povo. Ao mudarmos a imagem de como nos vemos a nós próprios, a nossa imagem perante o Mundo também irá mudar. Temos de ter orgulho nos nossos produtos, nas nossas mais-valias e sobretudo na nossa capacidade de fazer bem feito. Nós, portugueses, devemos mostrar uma faceta mais agressiva para triunfar, temos de elevar a nossa auto-estima, acreditar no nosso potencial e na nossa capacidade de produzir. O empreendedorismo e inovação deverão ser fomentados, a ideia (tão presente no povo português) de que, no final, o Estado surge sempre com um subsídio para todos tem de acabar! Devemos implementar uma perspectiva de que o Sucesso está na concepção de uma ideia, arranjar maneira de a financiar e, finalmente, pô-la em prática. Este é um caminho duro, todos sabemos que uma cultura de empreendedorismo é feita sob o sangue, suor e lágrimas daqueles que arriscam, onde muitos falham, mas muitos outros irão igualmente florescer, e com eles crescerá também o nosso país. Numa altura em que a pressão financeira sobre o nosso Orçamento de Estado intensifica-se em virtude da imposição comunitária de um Plano de Estabilidade e Crescimento que obriga a um controlo do défice público que espartilha as necessidades de investimento do nosso País, chegamos a um ponto em que devemos ser sensatos na hora de investir. Não nos podemos dar ao luxo de cometer erros económicos e financeiros! À parte do inevitável controlo da despesa pública e combate à fraude fiscal que se tornam as pedras basilares da obtenção de receitas por parte do Estado, não há outro caminho senão produzir mais e melhor do que os nossos parceiros europeus para se atingir a convergência de Portugal com a média europeia. Há que olhar para além da realidade portuguesa e procurar noutros países, os padrões de sucesso em áreas chave que desejamos ver implementados em Portugal, isto é, modelos implementados, testados e já realizados noutros países que produziram "performances" de alto nível nos respectivos contextos, com vista a uma maior eficácia, sem passar pelos erros que inevitavelmente se cometem quando se implementam projectos e modelos "de raiz". Após devidamente identificados, cabe-nos a nós assimilar esses padrões de sucesso, saber os seus "porquês", modelar os mesmos à realidade portuguesa e pô-los em prática. Com esta filosofia uniforme norteando um plano subjacente ao investimento nacional dar-se-á prevalência à implementação de projectos que apresentem garantias de sucesso, pois só o sucesso interessa a um País ambicioso e dinâmico como Portugal. Após a consolidação do modelo acima descrito, e com as novas ameaças competitivas de uma Europa dos 25, Portugal tem de inovar! O caminho a seguir passa por gerar "know-how" nacional, uma vez que estamos numa era em que só o Conhecimento é Poder e só ele nos conduzirá ao Progresso. Com uma aposta na inovação, qualificação, educação e com uma nova geração de empreendedores ambiciosos e competentes, faremos com que Portugal crie a sua própria centralidade e deixe o seu "cunho" na Europa".
Sara André

Sara André
18-05-2006

1. Poderia dar muitos exemplos do que me faz ter orgulho e querer continuar a viver nesta terra, mas o melhor é quando nos deparamos com o que fazem lá fora e comparamos com o que é nosso. No início do mês de Maio decorreu, na ilha de Tenerife, o último encontro do programa Interreg III B "Raízes II- Juventude Activa do Sec. XXI: Revalorizando a Cultura", com a presença de todos os parceiros envolvidos, vindos dos Açores, Madeira e Canárias. Neste encontro foram apresentados todos os trabalhos elaborados ao longo dos últimos 2 anos e foi com muita qualidade e orgulho que as organizações da Madeira levaram na "bagagem " as nossas tradições, costumes, história e meio ambiente. A Fundação da Juventude apresentou uma recolha em CD de temas do cancioneiro da Madeira, o Clube Pés Livres, uma publicação baseado no Elucidário Madeirense e nas imagens que recolheu nas actividades que promove nos seus percursos pedonais, sobre as levadas da Madeira, a ARCHAIS um CD-Rom didáctico com a representação de uma cozinha madeirense do Sec. XVI, a Direcção Regional da Juventude com as suas lojas de Juventude, e, por fim, a Companhia ContigoTeatro com a apresentação de uma peça com passagens alusivas à vida quotidiana do povo madeirense, tradições, mitos, jogos tradicionais, bordado, bailinho... e Max. O bolo de mel, o Vinho Madeira, os rebuçados de funcho e as broas foram partilhados, e o que à primeira vista poderia ser uma pequena apresentação de uns quantos produtos finais, traduziu-se numa festa de promoção da nossa ilha com a presença da comunicação social canariense, que deu grande destaque ao evento. Todas as organizações envolvidas foram recebidas ao mais alto nível, em cerimónias com o Presidente do Governo de Canárias, Presidente do Cabildo de Tenerife, Director Geral de Juventude do Governo de Canárias e a Conselheira Insular da Área da Juventude, Educação e Mulher do Cabildo de Tenerife, esta última representando o chefe de fila, o que demonstra a importância que foi dada ao projecto Raízes II que se traduziu num enorme sucesso. Tudo isto, está claro, graças aos fundos comunitários que, infelizmente, alguns partidos da oposição na RAM teimam em não querer ver as vantagens e a necessidade de serem aproveitados enquanto existem. Sem estes fundos, não tenham dúvidas que seria impossível desenvolver estes projectos e tantos outros implementados na RAM. Neste sentido, na elaboração do Plano de Desenvolvimento Económico e Social da Madeira, foi necessário continuar a traçar objectivos para que os fundos continuem a ser aproveitados e sejam sinónimo de desenvolvimento sustentado. Dizer que o PDES foi feito, em alguns aspectos, à medida dos fundos comunitários não pode ser visto de forma depreciativa, como fizeram alguns partidos da oposição, aquando da sua discussão na Assembleia Legislativa da Madeira, mas antes como sinal de inteligência e boa gestão do Governo Regional. É dinheiro ao dispor dos Países e Regiões e não pode ser deitado fora ou não aproveitado por capricho de alguns iluminados. Assim, com a aprovação deste Plano, o Governo Regional da Madeira renovou o seu compromisso com as populações, em desenvolver a Região a todos os níveis. 2. Também no início do mês de Maio, a Madeira foi novamente brindada com o espectáculo anual de abertura do Desporto Escolar. Todos os anos é com emoção que vejo as imagens de crianças que, tal como eu há uns anos atrás, participam nesta festa com orgulho e alegria. A qualidade deste evento é inquestionável e é com uma nota de reconhecimento e de parabéns a todos os que ao longo dos anos preparam e participam nesta festa que faço votos que continuem o excelente trabalho.
in Diário de Noticias

As Selvagens são e serão sempre nossas 13-7-06

 

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