segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Todos têm direito à sua opinião-MIGUEL SANTOS 10-10-2010

Dom, 10/10/2010 - 02:00 




 A habitual coluna da social-democrata Sara André não costuma conter reflexões ou pensamentos profundos sobre ... intitulado Crise da República, embora mantendo a génese daquilo que constitui o artigo típico de Sara André ... constitui uma novidade! Mas Sara André vai mesmo mais longe ao ponto de criticar o PS-M por segundo ela ...



Em primeiro lugar, gostaria de enaltecer a forma minimamente educada como o leitor Miguel Santos apresentou a sua opinião, relativamente ao meu artigo de opinião, e soube consubstanciar a sua opinião. Infelizmente o que se vê na blogosfera e opinião, tirando honrosas excepções, são ataques gratuitos e de maldicência pura com o único objectivo de difamar e tentar atingir a dignidade das pessoas. Umas fazem-no simplesmente por ódio politico, outras porque lhes fazemos sombra e nunca com elas iremos concordar.
Mas voltando à carta do leitor de Miguel Santos, que tambêm publicou esta mesma carta no seu blogue, relativamente à profundidade das minhas análises ou parcialidade opinativa, tudo depende de como e de quem lê, e obviamente tambêm da  sua parcialidade de pensamento. Gosto de utilizar uma linguagem e vocabulário simples, para que todos entendam do que falo.Uma das coisas que me dá uma enorme satisfação, é ser abordada na rua por pessoas anónimas e normais, que com a sua simpliciadade e humildade, dizem-me que gostaram do que escrevi, simplesmente porque entenderam o que lá estava e que não usava palavras "caras" que ninguem percebe.
Em relação à minha posição, reitero-a: concordo que sejam aplicadas medidas de auteridade, não só no País como na Região, tendo em conta a situação dificil em que nos encontarmos. 
Obviamente discordo que sejam sempre os mesmos a pagar a factura de quem governa mal e por isso obviamente não não posso concordar com todas as medidas do PS, mas gostaria tambêm que fossem mais longe com outras.
Alguns dos meus artigos podem parecer tendenciosos por ser do PSD, Partido que tenho muita honra em pertencer, mas eu gostaria que as pessoas se abstraissem disso e se resumissem aos factos sobre o que escrevo.È obvio se quisermos extravazar o que está escrito, muito se poderá dizer, mas se nos cingirmos aos factos veremos que, se calhar, não são distantes da realidade, como muitos querem fazer querer.
Gostaria de terminar dizendo que ao longo de todos os anos de governo na RAM, alguns erros foram cometidos, o proprio Presidente do PSD-M já o afirmou. Ninguem é perfeito, e como seres humanos errar tambem faz parte do processo da aprendizagem, mas não tenho duvidas, porque tive o previlégio de conhecer muitos países, que, globalmente, o melhor que aconteceu à Madeira foi ter tido um Líder como Alberto João.As condições de vida que temos na Região não se comparam às de outras regiões do País. Vivemos tempos dificeis, e como Povo temos de estar o mais unidos possiveis, porque só assim poderemos ultrapassar tudo isto.
Para terminar, também não gosto nada de alguns militantes do PSD , e de outros, de algumas das suas posições.  Mal seria se tal acontecesse... só significaria que não tinha personalidade ou opinião própria. Já o afirmei publicamente e isto não é novidade para ninguem.Todos nós, no seio das nossas familias, temos membros de quem não gostamos ou de quem pontualmente não concordamos. Nos partidos não é diferente.  Agora, eu gosto de tratar com respeito, não só os meus inimigos internos, como tambem os meus adversários politicos, dos restantes partidos.

6 comentários:

  1. Cara Sara André,

    Antes de mais gostaria de referir que o meu artigo não faz nem pretende fazer qualquer ataque pessoal – não só porque não a conheço pessoalmente mas sobretudo porque o meu objectivo é discutir ideias e políticas e não pessoas – mas tão somente expressar a minha opinião sobre o conteúdo político dos seus artigos.

    Assim sendo registo com apreço que essa tenha sido também a sua interpretação.

    Naturalmente que em qualquer organização existem bons e maus elementos e dentro do PSD-M existem várias pessoas às quais reconheço enorme capacidade e grande sentido democrático, sendo capazes de debater com elevação os diferentes temas e respeitar quem pensa de maneira diferente mesmo não concordando. Infelizmente a corrente dominante no PSD-M não age dessa maneira e, como tal, felicito-a por se distanciar deste último grupo.

    De facto ninguém sabe tudo e ninguém é perfeito pelo que um debate honesto e franco entre quem pensa diferente é sempre enriquecedor para todas as partes.

    Julgo que muitos dos problemas da Madeira seriam melhor resolvidos se existisse uma maior capacidade de diálogo e respeito mútuo entre os intervenientes políticos.

    Acho também que faz todo o sentido que se orgulhe em fazer parte do PSD pois este foi, junto com o PS, o garante para a existência de um estado democrático em Portugal.

    Em relação ao conteúdo do seu artigo afirma que a parcialidade pode depender em parte de quem lê. Até posso concordar em parte com essa afirmação mas já não concordo em relação à profundidade e coerência: uma afirmação ou é coerente ou não é e ou tem profundidade ou não.

    Citaria alguns exemplos do seu último artigo para reforçar o que digo:

    - Afirma que o facilitismo na educação (fenómeno com o qual também não concordo) leva à indisciplina e à violência. Julgo muito difícil provar a causalidade entre o facilitismo e a indisciplina e violência escolar! Será mesmo que um estabelecimento escolar que promova o facilitismo esteja a gerar necessariamente a indisciplina e a violência? Não creio.

    - Afirma então que a nossa sociedade está doente (porquê?) e que são necessários novos mecanismos para que tudo se altere (quais?).

    - Refere que a política nacional do PS é acenar com facilitismos e dádivas. Então e a política do PSD-M? Onde existe um dos níveis mais elevados de funcionários públicos (bem acima do que seria eficiente) e os cargos, até em instituições culturais sem qualquer função política, são entregues a elementos do PSD-M?

    -Afirma que o PSD foi criticado quando o partido em tempos (quando exactamente?) afirmou que não era o momento para adoptar certas medidas (refere-se a cortes na despesa, presumo…) porque a economia estava débil e o deficit era elevado. Então nessa altura (que eu não sei qual é) o deficit era elevado mas não era adequado proceder a cortes na despesa (presumo que era isso que queria dizer)? Mas agora já concorda com os cortes? Mas agora o deficit não continua alto? E então na sua opinião a economia agora já está sólida? É porque se está então afinal a governação do PS não pode ter sido tão má…e se não está, então em que difere a situação actual da tal que referiu existir ‘em tempos’? Nessa altura achava bem não haver cortes mas agora já concorda? Não percebo!

    Obviamente que estas críticas nada têm a ver com não ter respeito por uma pessoa mas são sim dúvidas e críticas que julgo fazerem todo o sentido tendo em conta os pontos que referi.

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  2. Bem vamos por partes. Com certeza não me soube expressar bem:
    -Afirmo que o facilitismo na educação leva à indisciplina e à violência.Pois muito bem...,quando falo de facilitismo falo na total falta de meios com que o professor muitas vezes se depara, até do ponto de vista disciplinar para se impor na sala.
    As crianças podem faltar e não têm consequencias, a maior parte das vezes faltam ao respeito e tambem nada lhes acontece. è obvio que perante isto a consequencia, duas de muitas, é o aumento da indisciplina e violência. E a prova são os numeros e as noticias na comunicação social.
    Acho que é absolutamente possivel provar a causalidade entre o facilitismo e a indisciplina e violência escolar! A ausencia de regras leva à ausencia de valores e por isso considero de facto, que um estabelecimento escolar que promova o facilitismo esteja a gerar a indisciplina e a violência.

    - Afirmo então que a nossa sociedade está doente exactamente pela ausencia de valores sociais e politicos e que são necessários novos mecanismos para que tudo se altere. Referiro-me a novos quadros normativis.
    - Refiro que a política nacional do PS é acenar com facilitismos e dádivas porque foi o que fez na campanha eleitoral com o complemento de reforma e a promessa de não aumentar os impostos, fez aumentos na função publica e salário minimo e aumentou as prestações sociais de abono de familia. E agora o que fez? Teve não só que retirar tudo, como agravou as condições das familias.
    E foram algumas destas medidas que o PSD alertou que não era o momento certo para se avançar e foi criticado por iss. A economia estava débil e o deficit era elevado. Essa era a altura a que me referia.
    Obviamente agora é necessário as medidas de austeridade tendo em conta o que se deu e gastou e que não se podia pagar.
    Relativamente aos tachos entregues a militantes do PSD, gostaria de dizer. que em cargos politicos obviamente os lugares são distribuidos por militantes deste partido. Mal seria se assim não fosse.
    Quanto a associações, conheço muitas que são presididas por pessoas que não são do PSD. E há votos nas associações.todos são liveres de se candidatar. Eu falo por mim.
    Nunca misturei a minha acção politica com a associativa e tive a honra, e tenho actualmente, de trabalhar nas organizações com militantes ou simpatizantes de outros partidos.
    A regra é, a politica fica à porta, ali somos unidos por outros interesses.

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  3. Em relação ao primeiro ponto julgo que o que pretende referir é a desresponsabilização e não o facilitismo.

    Facilitismo no sistema educativo é o termo geralmente empregue para se referir à diminuição do nível de exigência.

    Julgo que a clarificação dos termos faz toda a diferença neste caso: o que eu argumentava era que facilitar a passagem dos alunos dificilmente promovia a violência e a indisciplina...

    Em relação ao deficit como deve imaginar ele não surgiu de um dia para o outro. Foi devido ao acumular de erros e de falta de coragem dos sucessivos governos (PS e PSD) para cortar na despesa improdutiva do estado que se chegou a esta situação. E em relação a despesas supérfluas e improdutivas o PSD-M não recebe lições de ninguém...

    Quanto às medidas a tomar para controlar a despesa do estado e reduzir o deficit existem, de facto, muito a fazer. Mas também aqui não vejo mais coragem no PSD que no PS.

    Fusão e extinção de empresas, fundações e institutos públicos; redução dos altos cargos e número de chefias; redução das despesas de representação e do número de viaturas do estado; acabar com a acumulação das reformas; reestruturação administrativa do poder local: após as fortunas gastas em infra-estruturas manter, por exemplo, o número de juntas de freguesia é ridículo!

    O PSD-M aqui também foi fantástico: contruiu, e bem, as vias rápidas mas em vez de aproveitá-las para reduzir, por exemplo e entre outros, o número de centros de saúde (alguns estão a escassos minutos entre si e não têm pessoal médico permanente...) por uma questão eleitoralista decidiu manter ou construir novos.

    Podia falar de tantos outros exemplos: dinheiro mal gasto no apoio ao desporto profissional; criação de Sociedades de Desenvolvimento que apenas serviram para fugir ao endividamento zero de Ferreira Leite, aumentar exponencialmente o deficit regional e distribuir 'jobs for the boys and girls'; contrução de parques empresariais que estão vazios...

    Podia dizer muito mais mas alongar-me-ia demasiado e os exemplos apresentados são mais do que elucidativos para o facto de que o PSD-M é provavelmente o último em Portugal a poder dar lições de boa gestão.

    Imagino que não concorda apesar de serem factos indesmentíveis pelo que vamos concordar que discordamos...

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  5. Caro Miguel Angelo
    È tudo uma questão de semântica.:).
    Teriamos páginas sem fim para argumentar e contra argumentar. Com certeza cada um de nós com pontos de vista correctos e outros menos correctos. De qualquer forma fica o registo do direito democrático que cada um têm à sua opinião. :)

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  6. Uma questão de semântica que faz a diferença... :)

    Infelizmente muitas vezes os debates e trocas de opinião na RAM, e sobretudo entre os intervenientes políticos, não prima pela educação e respeito pela opinião do outro.

    Registo que nesta pequena 'conversa' foi possível discordar de forma elevada. :)

    Seria bom que esta fosse mais a norma e menos a excepção.

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