A crise da República
Só gostava que os cortes salariais previstos para a função pública se estendessem a todas as empresas públicas
Antes de mais, começo por dizer que não vou falar da Revisão Constitucional, até porque sobre isso pouco mais há a dizer acerca da sua necessidade, mas sim do estado a que o País chegou.
E para tal, não se pode deixar de reafirmar a crise económica e de valores sociais que atravessamos neste ano que se aproxima do fim. Cada vez há mais pobres e com mais dificuldades. O ser humano é solidário em momentos de catástrofe, que são pontuais, mas olha pouco para o seu próximo no seu dia-a-dia. A educação é cada vez mais débil, e o facilitismo leva à indisciplina e à violência. Estamos numa sociedade doente e que precisa de novos mecanismos para que tudo se altere.
Como ponto prévio, afirmo com convicção que as medidas anunciadas pelo Governo Socialista são absolutamente necessárias, tendo em conta a situação em que o País se encontra e que mesmo assim poderão não ser suficientes. Só tenho pena de, mais uma vez, o peso das medidas cair em cima de quem já luta no seu dia-a-dia para, de uma forma condigna, conseguir manter as suas famílias. Também considero que os cortes anunciados levarão, igualmente, a uma alteração das contas da Região, o que obrigará, naturalmente, à adopção de medidas de maior contenção na Madeira. Por isso, acho piada à demagogia do Partido Socialista da Madeira que, perante as políticas do seu partido, vem afirmar que na Região não se precisará de ir tão longe. Mas enfim! Ainda bem que, na Madeira, a população não vai em cantigas.
Mas pouco há a fazer em relação a isto e, neste momento, mesmo que o Governo da República mude, seja quem for que vier, terá que adoptar medidas de austeridade que serão custosas à população, para evitar o FMI.
O País está nestas condições porque simplesmente, e mais uma vez ficou provado, o partido socialista não sabe governar. A última vez que Portugal se viu numa situação destas foi quando Guterres, SOCIALISTA, abandonou o governo e anunciou que o País se igualava a um pântano.
A política é sempre a mesma, acenar ao povo com dádivas disto e daquilo, sem contenção e com muito despesismo, para conquistar o poder e mantê-lo o máximo possível. Quando o dinheiro começa a faltar, das duas uma, ou abandonam o "barco" ou obrigam a oposição a viabilizar o orçamento e as medidas associadas, ou esta é acusada de irresponsabilidade (mesmo que não tenha estado na governação ou participado das opções políticas).
Muito criticaram o PSD em tempos, quando preveniu que não era altura para adoptar certas medidas, porque a economia ainda não estava suficientemente sólida e tínhamos um défice alto que era necessário baixar. Agora as consequências são muito piores, pelas migalhas que tivemos, vamos pagar muito caro. Os que trabalham por conta de outrem ou os funcionários públicos é que vão pagar a maior fatia, e o maior corte na despesa vai ser à custa destes.
Só gostava que os cortes salariais previstos para a função pública se estendessem a todas as empresas públicas, independentemente da participação dos privados, pois mesmo que a participação estatal seja pequena, a verdade é que continuaremos todos a pagar salários milionários de alguns.
Hoje, no dia que deveria ser de festa, temos poucas razões para celebrar a República. O nosso país é um Estado moribundo, onde tudo está em crise. Alguém salva este nosso Portugal?
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