Quando eu for Grande (...)- 26-01-2010
26/Jan 22:34Sara André
Quando eu for grande quero ser médico
...quando forem grandes querem ser médicos ou enfermeiros para ajudarem as pessoas
Data: 26-01-2010
Recentemente tive uma familiar que precisava de uma consulta de medicina geral. Tentou fazer a inscrição para o médico de família da sua zona de residência, o que lhe foi negado por já não haver vagas, mas que teria sempre a opção das consultas de recurso. Estas são dadas num dia da semana e não podem ser marcadas, efectuam-se por ordem de chegada. Como se pode calcular, as pessoas chegam bem cedo com o intuito de obter uma senha para a referida consulta e, mesmo assim, arriscam-se a não conseguirem vaga.
Tentei então perceber o que se passava. Obviamente, a falta de profissionais de saúde é uma realidade, mas como ponto prévio gostaria de dizer, até porque é público, que novas vagas abrirão para a medicina geral para tentar combater as lacunas existentes a este nível.
Mas fiquei estupefacta com um dado, que se calhar a população em geral não sabe, e que decorre de uma lei Nacional. Um médico de família não pode ter mais que 1500 utentes registados para poderem aceder à sua consulta. Há primeira vista poderão pensar….bem….1500 pessoas é muita gente…pois é….mas se pensarem bem, não estamos a falar de 1500 pessoas doentes…estamos a falar de 1500 pessoas que até podem estar bem de saúde, e não vão recorrer a este serviço.
Confuso? A mim também me pareceu….julgava que o importante para um médico era assegurar que podia exercer a sua função com todas as condições e em segurança, pelo que a limitação de consultas por dia é mais do que justa, agora limitar o número de inscritos, que até podem ser pessoas saudáveis, e nunca recorrerem àquele médico é simplesmente ridículo.
Ainda mais quando a inscrição destas pessoas só caduca, e podem entrar novos utentes no acesso a esta consulta, se, ao fim de 3 anos, essa ou algum membro da sua família não utilizar o serviço.
Podemos então estar perante o absurdo, de num centro de saúde (atenção que não é o caso, mas que pode perfeitamente acontecer, nem que seja em momentos pontuais) de termos um médico de família que não dá consultas, simplesmente porque os seus 1500 inscritos estão saudáveis, e a consulta de recurso ser simplesmente caótica!
Aliás, tenho a certeza que numa clínica ou consultório médico privado, nunca deixaram de marcar uma consulta num determinado médico, por este já ter já no seu registo 1500 pessoas nos últimos 3 anos, e à espera que essas mesmas pessoas adoecessem sucessivamente.
Os leitores poderão pensar…."Os médicos são uns bandidos e não querem trabalhar, não cumprem horários, atendem mal e fazem de tudo para não atenderem sequer as pessoas."
Eu não penso assim, aliás esta situação decorre da Lei Nacional como já disse anteriormente, impossível de contornar… ainda recentemente tive no hospital quando houve um surto de virose, e prestei muita atenção à forma como todos os profissionais de saúde faziam o seu trabalho e à forma como tratavam as pessoas. Não vi ninguém de braços cruzados, todos tentavam dar o seu melhor e responder aos pedidos dos doentes.
Tenho a certeza que ser profissional de saúde é uma vocação e que, na maior parte das vezes, parte daquela vontade, em pequeninos, de que quando forem grandes querem ser médicos ou enfermeiros para ajudarem as pessoas.
Por isso, acredito que os próprios médicos olham para muita legislação nacional em vigor e a devem achar ridícula, como esta que acabei de referir. É importante analisar a população, não só do ponto de vista do seu número mas, e acima de tudo, tendo em conta a incidência da doença, para afectar recursos e prestar bom serviço com profissionalismo e segurança. Regras sem ter em conta as diferentes realidades não fazem sentido.
E as leis devem servir e serem elaboradas em prol de uma melhor e mais justa sociedade, o que, numa área tão sensível e essencial como a Saúde, ainda se torna mais pertinente. Por isso se, se aliasse ao trabalho reconhecido e de mérito dos nossos médicos, uma legislação Nacional mais consentânea com a realidade regional, todos nós, quer sejamos médicos quer utentes, ficaríamos a ganhar.
in Diário de Noticias da Madeira
Quando eu for grande quero ser médico
...quando forem grandes querem ser médicos ou enfermeiros para ajudarem as pessoas
Data: 26-01-2010
Recentemente tive uma familiar que precisava de uma consulta de medicina geral. Tentou fazer a inscrição para o médico de família da sua zona de residência, o que lhe foi negado por já não haver vagas, mas que teria sempre a opção das consultas de recurso. Estas são dadas num dia da semana e não podem ser marcadas, efectuam-se por ordem de chegada. Como se pode calcular, as pessoas chegam bem cedo com o intuito de obter uma senha para a referida consulta e, mesmo assim, arriscam-se a não conseguirem vaga.
Tentei então perceber o que se passava. Obviamente, a falta de profissionais de saúde é uma realidade, mas como ponto prévio gostaria de dizer, até porque é público, que novas vagas abrirão para a medicina geral para tentar combater as lacunas existentes a este nível.
Mas fiquei estupefacta com um dado, que se calhar a população em geral não sabe, e que decorre de uma lei Nacional. Um médico de família não pode ter mais que 1500 utentes registados para poderem aceder à sua consulta. Há primeira vista poderão pensar….bem….1500 pessoas é muita gente…pois é….mas se pensarem bem, não estamos a falar de 1500 pessoas doentes…estamos a falar de 1500 pessoas que até podem estar bem de saúde, e não vão recorrer a este serviço.
Confuso? A mim também me pareceu….julgava que o importante para um médico era assegurar que podia exercer a sua função com todas as condições e em segurança, pelo que a limitação de consultas por dia é mais do que justa, agora limitar o número de inscritos, que até podem ser pessoas saudáveis, e nunca recorrerem àquele médico é simplesmente ridículo.
Ainda mais quando a inscrição destas pessoas só caduca, e podem entrar novos utentes no acesso a esta consulta, se, ao fim de 3 anos, essa ou algum membro da sua família não utilizar o serviço.
Podemos então estar perante o absurdo, de num centro de saúde (atenção que não é o caso, mas que pode perfeitamente acontecer, nem que seja em momentos pontuais) de termos um médico de família que não dá consultas, simplesmente porque os seus 1500 inscritos estão saudáveis, e a consulta de recurso ser simplesmente caótica!
Aliás, tenho a certeza que numa clínica ou consultório médico privado, nunca deixaram de marcar uma consulta num determinado médico, por este já ter já no seu registo 1500 pessoas nos últimos 3 anos, e à espera que essas mesmas pessoas adoecessem sucessivamente.
Os leitores poderão pensar…."Os médicos são uns bandidos e não querem trabalhar, não cumprem horários, atendem mal e fazem de tudo para não atenderem sequer as pessoas."
Eu não penso assim, aliás esta situação decorre da Lei Nacional como já disse anteriormente, impossível de contornar… ainda recentemente tive no hospital quando houve um surto de virose, e prestei muita atenção à forma como todos os profissionais de saúde faziam o seu trabalho e à forma como tratavam as pessoas. Não vi ninguém de braços cruzados, todos tentavam dar o seu melhor e responder aos pedidos dos doentes.
Tenho a certeza que ser profissional de saúde é uma vocação e que, na maior parte das vezes, parte daquela vontade, em pequeninos, de que quando forem grandes querem ser médicos ou enfermeiros para ajudarem as pessoas.
Por isso, acredito que os próprios médicos olham para muita legislação nacional em vigor e a devem achar ridícula, como esta que acabei de referir. É importante analisar a população, não só do ponto de vista do seu número mas, e acima de tudo, tendo em conta a incidência da doença, para afectar recursos e prestar bom serviço com profissionalismo e segurança. Regras sem ter em conta as diferentes realidades não fazem sentido.
E as leis devem servir e serem elaboradas em prol de uma melhor e mais justa sociedade, o que, numa área tão sensível e essencial como a Saúde, ainda se torna mais pertinente. Por isso se, se aliasse ao trabalho reconhecido e de mérito dos nossos médicos, uma legislação Nacional mais consentânea com a realidade regional, todos nós, quer sejamos médicos quer utentes, ficaríamos a ganhar.
in Diário de Noticias da Madeira
O dia que nunca esqueceremos! -4-2-2010
4/Mar 22:28Sara André
O dia que nunca esqueceremos!
Sentimos que tínhamos deixado de ser portugueses de "segunda" e que, afinal, éramos um Povo só.
Data: 04-03-2010
20 de Fevereiro é um dia que ficará para a História da Madeira. Infelizmente, pelas piores razões mas, ao mesmo tempo, pelas melhores também.
As vidas humanas e os bens irremediavelmente perdidos são o espelho da tragédia, mas a onda de solidariedade, os gestos de humanidade e boa vontade também excederam as expectativas, tendo em conta que é frequente ouvirmos dizer que vivemos numa sociedade cada vez mais mesquinha, hipócrita e egoísta.
Não posso deixar de dar uma nota positiva à postura do Governo Central que, prontamente, colocou à disposição da Madeira todos os meios de apoio. Sentimos que tínhamos deixado de ser portugueses de "segunda" e que, afinal, éramos um Povo só.
As entidades regionais, Governo, Câmaras, Juntas de Freguesia, Associações e ONG's, Militares, Bombeiros e a Polícia de Segurança Pública agiram e reagiram de forma exemplar, sem olhar a meios e formas de ajudar.
Felizmente nada aconteceu aos meus, mas acho que todos nós conhecíamos alguém a quem aconteceu algo. Eu não fugi à regra. Francisco Capelo era um homem cheio de vida e força. Tinha passado todo esse dia em perigo, trabalhando debaixo das pedras que se abatiam na estrada. Tinha de arranjar soluções, de forma a permitir que fosse possível a todos nós circularmos nas nossas estradas da melhor forma. Ao fim do dia, quando regressava a casa, o pior, aparentemente, já tinha passado. Recebeu a última chamada, foi a casa dizer aos seus que era rápido e já voltava. Não regressou mais. Uma única pedra traçou-lhe o destino. Morreu na estrada a trabalhar. Na estrada que tentava desimpedir. Tinha um ar sereno, era como se tivesse o sentimento do dever cumprido. Deixou a minha querida amiga Regina e os seus dois filhos, Francisco e João, mas com a certeza que são muitos os amigos e a família que vão olhar por eles, e que nunca ficarão sós ou desamparados.
Ao Francisco, a todos aqueles que perderam as vidas ou sem nada ficaram, e às suas famílias, deixo aqui a minha homenagem.
Histórias como esta fazem-nos questionar sobre a força ou existência do destino...obviamente quem sofre a perda, não se importa se já estava "escrito" ou não...ninguém quer que aqueles que se ama nos deixem.
A verdade é que acreditar em Deus e nos "Seus" desígnios torna a dor mais suportável. Torna-nos mais confortáveis por acreditarmos que esta "razão que a razão desconhece" tem um propósito maior e nobre. Permite-nos depois da tempestade e da revolta, arranjar forças para continuar a lutar. Para sermos diferentes ....e porque não, melhores ainda.... Ninguém poderá apagar da memória dos Madeirenses o dia 20 de Fevereiro, e ninguém esquecerá do que somos capazes. Do poder e da vontade de reconstruir, de sermos solidários, de sermos pessoas boas. Espero que nunca nos esqueçamos disto, para o resto das nossas vidas. Assim, talvez todos os dias sejam dias melhores e, sobretudo, nos tornemos melhores pessoas.
in Diário de Noticias da Madeira
O dia que nunca esqueceremos!
Sentimos que tínhamos deixado de ser portugueses de "segunda" e que, afinal, éramos um Povo só.
Data: 04-03-2010
20 de Fevereiro é um dia que ficará para a História da Madeira. Infelizmente, pelas piores razões mas, ao mesmo tempo, pelas melhores também.
As vidas humanas e os bens irremediavelmente perdidos são o espelho da tragédia, mas a onda de solidariedade, os gestos de humanidade e boa vontade também excederam as expectativas, tendo em conta que é frequente ouvirmos dizer que vivemos numa sociedade cada vez mais mesquinha, hipócrita e egoísta.
Não posso deixar de dar uma nota positiva à postura do Governo Central que, prontamente, colocou à disposição da Madeira todos os meios de apoio. Sentimos que tínhamos deixado de ser portugueses de "segunda" e que, afinal, éramos um Povo só.
As entidades regionais, Governo, Câmaras, Juntas de Freguesia, Associações e ONG's, Militares, Bombeiros e a Polícia de Segurança Pública agiram e reagiram de forma exemplar, sem olhar a meios e formas de ajudar.
Felizmente nada aconteceu aos meus, mas acho que todos nós conhecíamos alguém a quem aconteceu algo. Eu não fugi à regra. Francisco Capelo era um homem cheio de vida e força. Tinha passado todo esse dia em perigo, trabalhando debaixo das pedras que se abatiam na estrada. Tinha de arranjar soluções, de forma a permitir que fosse possível a todos nós circularmos nas nossas estradas da melhor forma. Ao fim do dia, quando regressava a casa, o pior, aparentemente, já tinha passado. Recebeu a última chamada, foi a casa dizer aos seus que era rápido e já voltava. Não regressou mais. Uma única pedra traçou-lhe o destino. Morreu na estrada a trabalhar. Na estrada que tentava desimpedir. Tinha um ar sereno, era como se tivesse o sentimento do dever cumprido. Deixou a minha querida amiga Regina e os seus dois filhos, Francisco e João, mas com a certeza que são muitos os amigos e a família que vão olhar por eles, e que nunca ficarão sós ou desamparados.
Ao Francisco, a todos aqueles que perderam as vidas ou sem nada ficaram, e às suas famílias, deixo aqui a minha homenagem.
Histórias como esta fazem-nos questionar sobre a força ou existência do destino...obviamente quem sofre a perda, não se importa se já estava "escrito" ou não...ninguém quer que aqueles que se ama nos deixem.
A verdade é que acreditar em Deus e nos "Seus" desígnios torna a dor mais suportável. Torna-nos mais confortáveis por acreditarmos que esta "razão que a razão desconhece" tem um propósito maior e nobre. Permite-nos depois da tempestade e da revolta, arranjar forças para continuar a lutar. Para sermos diferentes ....e porque não, melhores ainda.... Ninguém poderá apagar da memória dos Madeirenses o dia 20 de Fevereiro, e ninguém esquecerá do que somos capazes. Do poder e da vontade de reconstruir, de sermos solidários, de sermos pessoas boas. Espero que nunca nos esqueçamos disto, para o resto das nossas vidas. Assim, talvez todos os dias sejam dias melhores e, sobretudo, nos tornemos melhores pessoas.
in Diário de Noticias da Madeira
Erupções
Esperamos que as promessas políticas feitas pelo Primeiro Ministro se materializem em acções concretas.
1-O vulcão da Islândia uma vez mais veio demonstrar as fragilidades do ser humano perante a natureza.
Mesmo com o grande desenvolvimento tecnológico e civilizacional dos países europeus nórdicos e centrais, que são tidos como exemplos em termos organizacionais, a verdade é que nada disso impediu que milhares de aviões ficassem em terra. A consequência são milhões e milhões de euros de prejuízos directos para as companhias aéreas e para outras empresas, devido à ausência do fluxo de bens e retenção ou falta de mobilidade das pessoas. Se a situação se mantiver não tenhamos dúvidas….podemos estar perante uma nova crise económica.
Muitos poderão questionar-se, como é possível que não estivessem preparados para uma situação como esta? Como é possível que os transportes terrestres não estejam dimensionados para se assumirem como uma alternativa possível? Mas, já pensaram nos custos de aquisição e manutenção de meios de transporte alternativos aos aéreos, para darem resposta a uma situação como esta que poderá ocorrer em 200 ou mil anos??? É que a aviação a operar normalmente, mais de metade dos meios terrestres, que seriam necessários para uma situação semelhante à vivida actualmente dada a erupção do vulcão, seriam inúteis o restante tempo.
Este é o exemplo que, por muito avançados que sejamos nos vários domínios civilizacionais, perante a força da natureza seremos sempre impotentes em prever todas as consequências e preveni-las à exaustão.
2- Falando de vulcões. A expectável erupção que estava prevista acontecer para o primeiro trimestre de 2011, com epicentro em Santo Amaro, afinal não se irá concretizar, para tristeza de alguns mas para felicidade da maioria dos militantes do PSD e, com certeza, dos Madeirenses.
Não tenho dúvidas que, após a consulta que Alberto João Jardim está a fazer às bases, ficará claro aos olhos de todos que, de facto, só ele tem as condições necessárias para empreender a reconstrução da Madeira.
Desenganem-se aqueles que lançam cinzas para o ar, para quererem abrandar ou fazerem parar os motores desta máquina.
Este é o momento menos oportuno para convulsões ou instabilidades políticas internas.
Mais do que nunca, tendo em conta a conjuntura política, económica e social no âmbito nacional e internacional, precisamos de estar unidos em torno de um único projecto que vise o desenvolvimento e a defesa dos interesses dos Madeirenses.
Se nem tudo é perfeito, a verdade é que não existem paraísos em lado nenhum. Mas, com certeza, avaliando globalmente as políticas desenvolvidas na RAM, e comparando a nossa qualidade de vida com outras realidades, não só no espaço nacional, como um pouco por todo o mundo, chegaremos facilmente à conclusão que, ao longo destes anos, as opções tomadas têm sido as melhores.
Os tempos que se avizinham serão dos mais difíceis da nossa história. Mas o povo Madeirense já provou que é lutador e perseverante. Que não baixa os braços, e que olha sempre para o futuro com confiança e determinação.
A prova que não somos um povo conformado e passivo, como muitos querem fazer crer, foi a capacidade de reacção perante os últimos acontecimentos de 20 de Fevereiro. A solidariedade e a humildade dos vários actores políticos, empresariais e civis foram notáveis.
Esperamos que as promessas políticas feitas pelo Primeiro Ministro, na sua visita à Região esta semana, se materializem em acções concretas, e que a Madeira, em todos os seus cantinhos, mais ou menos turísticos, volte rápida e totalmente ao seu esplendor!
Mesmo com o grande desenvolvimento tecnológico e civilizacional dos países europeus nórdicos e centrais, que são tidos como exemplos em termos organizacionais, a verdade é que nada disso impediu que milhares de aviões ficassem em terra. A consequência são milhões e milhões de euros de prejuízos directos para as companhias aéreas e para outras empresas, devido à ausência do fluxo de bens e retenção ou falta de mobilidade das pessoas. Se a situação se mantiver não tenhamos dúvidas….podemos estar perante uma nova crise económica.
Muitos poderão questionar-se, como é possível que não estivessem preparados para uma situação como esta? Como é possível que os transportes terrestres não estejam dimensionados para se assumirem como uma alternativa possível? Mas, já pensaram nos custos de aquisição e manutenção de meios de transporte alternativos aos aéreos, para darem resposta a uma situação como esta que poderá ocorrer em 200 ou mil anos??? É que a aviação a operar normalmente, mais de metade dos meios terrestres, que seriam necessários para uma situação semelhante à vivida actualmente dada a erupção do vulcão, seriam inúteis o restante tempo.
Este é o exemplo que, por muito avançados que sejamos nos vários domínios civilizacionais, perante a força da natureza seremos sempre impotentes em prever todas as consequências e preveni-las à exaustão.
2- Falando de vulcões. A expectável erupção que estava prevista acontecer para o primeiro trimestre de 2011, com epicentro em Santo Amaro, afinal não se irá concretizar, para tristeza de alguns mas para felicidade da maioria dos militantes do PSD e, com certeza, dos Madeirenses.
Não tenho dúvidas que, após a consulta que Alberto João Jardim está a fazer às bases, ficará claro aos olhos de todos que, de facto, só ele tem as condições necessárias para empreender a reconstrução da Madeira.
Desenganem-se aqueles que lançam cinzas para o ar, para quererem abrandar ou fazerem parar os motores desta máquina.
Este é o momento menos oportuno para convulsões ou instabilidades políticas internas.
Mais do que nunca, tendo em conta a conjuntura política, económica e social no âmbito nacional e internacional, precisamos de estar unidos em torno de um único projecto que vise o desenvolvimento e a defesa dos interesses dos Madeirenses.
Se nem tudo é perfeito, a verdade é que não existem paraísos em lado nenhum. Mas, com certeza, avaliando globalmente as políticas desenvolvidas na RAM, e comparando a nossa qualidade de vida com outras realidades, não só no espaço nacional, como um pouco por todo o mundo, chegaremos facilmente à conclusão que, ao longo destes anos, as opções tomadas têm sido as melhores.
Os tempos que se avizinham serão dos mais difíceis da nossa história. Mas o povo Madeirense já provou que é lutador e perseverante. Que não baixa os braços, e que olha sempre para o futuro com confiança e determinação.
A prova que não somos um povo conformado e passivo, como muitos querem fazer crer, foi a capacidade de reacção perante os últimos acontecimentos de 20 de Fevereiro. A solidariedade e a humildade dos vários actores políticos, empresariais e civis foram notáveis.
Esperamos que as promessas políticas feitas pelo Primeiro Ministro, na sua visita à Região esta semana, se materializem em acções concretas, e que a Madeira, em todos os seus cantinhos, mais ou menos turísticos, volte rápida e totalmente ao seu esplendor!
Subsídios e rendimentos!
Este 'apertar de cinto' fez com que os partidos se interrogassem da justiça de certas medidas.
É costume, na política, aproveitar períodos de inebriação colectiva para apresentar as medidas difíceis e impopulares. Sócrates não fugiu à regra e, no meio da distracção da visita do Papa e, perdoe-se a provável heresia de juntar os acontecimentos, da vitória do Benfica, anunciou um conjunto de medidas que vão agravar as condições de vida dos portugueses.
Mas este 'apertar de cinto' fez novamente com que os partidos políticos se interrogassem da eficácia e justiça de certas medidas sociais, porventura importantes, mas que aos olhos de todos necessitam de correcções.
Falo obviamente do Rendimento de Inserção ou Rendimento Mínimo. O PSD Nacional veio recentemente a público com uma medida de tributo social em que, de forma simplista, os detentores do rendimento mínimo ou quem recebe o subsídio de desemprego, teriam que prestar serviço público em instituições públicas ou sem fins lucrativos, 15 e 20 horas, respectivamente, e teriam o acréscimo de um seguro, subsídio de refeição e de transporte. Perante esta proposta, os partidos mais à esquerda opuseram-se e falam de exploração laboral.
Bem… vamos por partes:
- Concordo plenamente que pessoas activas e saudáveis, capazes de trabalhar, que estão a receber o Rendimento Mínimo, dêem um contributo válido para a sociedade. Todos nós, com os nossos impostos, estamos a pagar para que pessoas sem rendimentos ou emprego tenham meios de subsistência. Não será então justo, como contrapartida, que essas pessoas façam um pouco por todos? Colaborar com Instituições públicas ou sociais não será um retorno legítimo daquilo que lhes damos com os nossos impostos? Se esta medida não for implementada, quem explora são as pessoas que nada fazem e que, como parasitas, vivem à custa da sociedade.
- Relativamente aos desempregados, nada tem de inovador, esta medida já existe na Madeira. Existe um programa do Instituto de Emprego da Madeira, para o qual as entidades Públicas e sem fins lucrativos podem concorrer, em que pessoas que estão a receber o subsídio de desemprego desempenham funções nesses locais, cumprindo um horário de trabalho e, em contrapartida, para além de um acréscimo financeiro ao subsídio, ainda recebem o subsídio de refeição e de transporte. Importante seria pensar naqueles desempregados que, ao receberem uma proposta de trabalho, preferem ficar em casa, porque o que irão receber de ordenado é inferior ao subsídio que estão a receber.
Assim, porque não pensar numa medida específica para estes casos. Vamos a um exemplo prático:
Vamos supor que a Maria recebe € 1000 de subsídio de desemprego, e tem direito ao mesmo durante 1 ano.
Entretanto recebe uma proposta de trabalho, em que vai receber € 500 de salário. Neste momento, a opção lógica de qualquer pessoa é ficar em casa e continuar a receber os € 1000. Pois bem … é aqui que as coisas têm de mudar.
Porque não o Estado transformar este apoio da seguinte forma: A Maria vai trabalhar e recebe € 500 da empresa. Deste ordenado naturalmente resultam os normais impostos e prestações, tanto do empregado como da entidade patronal. A título de apoio, tendo em conta o subsídio de desemprego de € 1000 a que teria direito, o Estado paga a diferença para o total do subsídio, ou seja, neste caso seriam € 500. Este apoio seria apenas durante o mesmo período a que a Maria teria direito, ou seja, um ano.
Vantagens: Dinâmica económica e social resultante da poupança do Estado em metade do subsídio de desemprego, impostos resultantes da entidade empregadora e empregado, valorização pessoal e actividade contínua do indivíduo, perspectiva de nova oportunidade de emprego.
Desvantagens: digam-me vocês!
Post Scriptum: A Escola da Calheta irá representar PORTUGAL na final do concurso 'Do you speak European', organizado pela Assembleia das Regiões da Europa. Tive a honra de fazer parte do Júri, na eliminatória da Madeira, e fico feliz que a escolha que fizemos teve os seus frutos. Desejo que Portugal e, consequentemente, a Madeira traga o prémio final.
Mas este 'apertar de cinto' fez novamente com que os partidos políticos se interrogassem da eficácia e justiça de certas medidas sociais, porventura importantes, mas que aos olhos de todos necessitam de correcções.
Falo obviamente do Rendimento de Inserção ou Rendimento Mínimo. O PSD Nacional veio recentemente a público com uma medida de tributo social em que, de forma simplista, os detentores do rendimento mínimo ou quem recebe o subsídio de desemprego, teriam que prestar serviço público em instituições públicas ou sem fins lucrativos, 15 e 20 horas, respectivamente, e teriam o acréscimo de um seguro, subsídio de refeição e de transporte. Perante esta proposta, os partidos mais à esquerda opuseram-se e falam de exploração laboral.
Bem… vamos por partes:
- Concordo plenamente que pessoas activas e saudáveis, capazes de trabalhar, que estão a receber o Rendimento Mínimo, dêem um contributo válido para a sociedade. Todos nós, com os nossos impostos, estamos a pagar para que pessoas sem rendimentos ou emprego tenham meios de subsistência. Não será então justo, como contrapartida, que essas pessoas façam um pouco por todos? Colaborar com Instituições públicas ou sociais não será um retorno legítimo daquilo que lhes damos com os nossos impostos? Se esta medida não for implementada, quem explora são as pessoas que nada fazem e que, como parasitas, vivem à custa da sociedade.
- Relativamente aos desempregados, nada tem de inovador, esta medida já existe na Madeira. Existe um programa do Instituto de Emprego da Madeira, para o qual as entidades Públicas e sem fins lucrativos podem concorrer, em que pessoas que estão a receber o subsídio de desemprego desempenham funções nesses locais, cumprindo um horário de trabalho e, em contrapartida, para além de um acréscimo financeiro ao subsídio, ainda recebem o subsídio de refeição e de transporte. Importante seria pensar naqueles desempregados que, ao receberem uma proposta de trabalho, preferem ficar em casa, porque o que irão receber de ordenado é inferior ao subsídio que estão a receber.
Assim, porque não pensar numa medida específica para estes casos. Vamos a um exemplo prático:
Vamos supor que a Maria recebe € 1000 de subsídio de desemprego, e tem direito ao mesmo durante 1 ano.
Entretanto recebe uma proposta de trabalho, em que vai receber € 500 de salário. Neste momento, a opção lógica de qualquer pessoa é ficar em casa e continuar a receber os € 1000. Pois bem … é aqui que as coisas têm de mudar.
Porque não o Estado transformar este apoio da seguinte forma: A Maria vai trabalhar e recebe € 500 da empresa. Deste ordenado naturalmente resultam os normais impostos e prestações, tanto do empregado como da entidade patronal. A título de apoio, tendo em conta o subsídio de desemprego de € 1000 a que teria direito, o Estado paga a diferença para o total do subsídio, ou seja, neste caso seriam € 500. Este apoio seria apenas durante o mesmo período a que a Maria teria direito, ou seja, um ano.
Vantagens: Dinâmica económica e social resultante da poupança do Estado em metade do subsídio de desemprego, impostos resultantes da entidade empregadora e empregado, valorização pessoal e actividade contínua do indivíduo, perspectiva de nova oportunidade de emprego.
Desvantagens: digam-me vocês!
Post Scriptum: A Escola da Calheta irá representar PORTUGAL na final do concurso 'Do you speak European', organizado pela Assembleia das Regiões da Europa. Tive a honra de fazer parte do Júri, na eliminatória da Madeira, e fico feliz que a escolha que fizemos teve os seus frutos. Desejo que Portugal e, consequentemente, a Madeira traga o prémio final.
1. "Teixeira dos Santos trava subsídio de mobilidade".
O Ministro da Economia, Teixeira dos Santos, anunciou recentemente, que o subsídio de mobilidade que é dado aos madeirenses quando estes se deslocam ao continente por avião não será alargado às deslocações via marítima, apesar de Bruxelas ter dado luz verde para que tal fosse uma realidade.
O Ministro da Economia, Teixeira dos Santos, anunciou recentemente, que o subsídio de mobilidade que é dado aos madeirenses quando estes se deslocam ao continente por avião não será alargado às deslocações via marítima, apesar de Bruxelas ter dado luz verde para que tal fosse uma realidade.
Embora esta seja uma reivindicação de todos os partidos na Madeira, por razões óbvias de justeza e de opção do cidadão da forma como quer sair da ilha, a verdade é que Teixeira dos Santos não entende assim e considera que numa altura de crise esta medida era despesista para o País.
Fiquei incrédula. Temos um Ministro da Economia, que apesar de economista, não sabe fazer contas. Senão vejamos. Um Madeirense que viaje de avião num trajecto ida e volta, independentemente do valor da sua passagem, poderá ter um subsídio de mobilidade de cerca de 60€ pago pelo governo. Ora se optar viajar por barco a situação é exactamente igual. Omnipresente só ouvi falar que é DEUS. O Madeirense não consegue viajar em simultâneo em dois meios de transporte, logo não há acréscimo de despesa. Certo Sr. Ministro?
Não tenhamos dúvidas, depois de tantas tropelias do Sr. Ministro em relação à Madeira, esta roça o ridículo das justificações. Está mais que visto que a sua raiva em relação à Madeira é notória e pessoal. Além disso evidencia não perceber que prejudica todos, mesmo aqueles que lhe são próximos politicamente nesta Região.
2. "Reconstrução avança mesmo sem dinheiro".
Este foi um dos títulos no passado mês de Junho focado por este diário, relativamente às obras de reconstrução dos danos ocorridos pela intempérie de 20 de Fevereiro.
Este foi um dos títulos no passado mês de Junho focado por este diário, relativamente às obras de reconstrução dos danos ocorridos pela intempérie de 20 de Fevereiro.
Todos nós nos lembramos das ondas de apoio, de organizações não governamentais, das manifestações de solidariedade do governo, não só do Português, mas vários em todo o mundo. A devastação chegou aos olhos de todos e as promessas foram mais que muitas.
Após o 20 de Fevereiro afirmei que tínhamos deixado de ser tratados como portugueses de segunda e que verdadeiramente sentíamos fazer parte de um País que não discriminava. Infelizmente, hoje vejo que, em muitas das situações, tudo não passou de simples palavras de circunstância porque, no momento em que precisamos da ajuda efectiva, o adiamento das medidas tem sido uma tónica constante.
Mesmo sem dinheiro a reconstrução avança! Avança por necessidade, porque novo Inverno é já "amanhã". Avança porque as populações precisam de resposta e precisam de ajuda. Mesmo sem dinheiro a reconstrução avança, porque quem continua sem um tecto, sofre o desalento de não ter um espaço com a dignidade que sempre tiveram na sua vida.
Ironicamente, o dinheiro que chegou, de forma directa ou indirecta as populações, foi o da solidariedade dos cidadãos, empresas e ONGs e o do Governo Regional.
O Estado Português e a União Europeia que deveriam ser os primeiros a libertarem-se da burocracia e a avançarem logo com medidas efectivas de disponibilização de verbas, até hoje, continuam sem transferir o dinheiro que se comprometeram deixando as empresas e trabalhadores à beira de um ataque de nervos. Estas organizações, cujo primeiro objectivo deveria ser o de servir e acudir às populações tendo em conta tudo o que aconteceu, são aquelas que mais tardiamente estão a responder a quem delas necessita.
Não tenhamos dúvidas, estamos a chegar ao limite do razoável . A situação começa a ser muito preocupante, mas mesmo assim a reconstrução avança!!! Veremos quando é que o Ministro das Finanças decide efectivar o que o governo Sócrates se comprometeu a apoiar.
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