quarta-feira, 6 de outubro de 2010

2007-Artigos de opinião in Diário de Noticias da Madeira


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Sara André
Afinal não há violência, é mesmo uma cabala...
Data: 06-02-2007

"Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar."
Sophia de Mello Breyner

Perante notícias recentes, e com base em declarações de "presumíveis" agressores, cheguei à conclusão que, de facto, existe uma cabala, perpetrada não por uma, mas por milhares de mulheres que actuam com um 'modus operandi' semelhante em todo o mundo.

Com o intuito de "denegrir" a imagem de "cidadãos exemplares" e das "instituições que representam", estas "perseguidoras multifacetadas" agridem-se a si próprias, esfaqueiam-se, dão murros e pontapés a si mesmas e destroem os seus próprios veículos e bens. Têm o dom de conseguirem enviar mensagens de telemóvel a "ameaçarem-se", sempre com o número de envio desses "presumíveis" agressores. Atiram-se das escadas, batem com a cabeça no chão, em portas e paredes, dão-se ao trabalho de fugir com os filhos, mudam de casa, abandonam os seus sonhos, e em casos mais extremos, quando há testemunhas, ficamos a saber que elas chegam ao ponto de se atirarem "contra as mãos e pés" destes "homens dignos", e pasme-se... em alguns casos chegam mesmo a morrer. Tudo isto, com o único intuito de atacar a "imaculada imagem de homens honestos, honrados e estimados por toda a comunidade".

Enfim... factos dignos, não de um filme de acção, mas sem dúvida adequados para um filme de terror.

No ano passado, o Diário de Notícias relatava:
"A Amnistia Internacional destaca pela primeira vez o fenómeno da violência doméstica em Portugal como situação grave de violação dos direitos humanos. Em 2005, 33 mulheres foram mortas no seio familiar, 29 pelo companheiro, ex-namorado ou parceiro, e quatro por outros familiares. São 2,5 mais mortes do que em Espanha (70 homicídios), tendo em conta o número de habitantes, segundo dados do Observatório das Mulheres Assassinadas (OMA)."
Esta notícia é apenas umas das muitas que, infelizmente, nos dão conta deste terrível flagelo que é a violência.

Existem muitos mitos em torno desta problemática que, finalmente, começam a ser desmontados. Acreditava-se que a "violência constitui um comportamento relativamente raro, que ocorre apenas em famílias ditas anormais ou das classes com fracos recursos socio-económicos." (Cf. Mildred, D. Pagelow, Family Violence, Praeger, New York, 1984.), a falsidade desta ideia é hoje universalmente reconhecida, aceitando-se que a violência é um problema transversal a toda a sociedade.

Sabemos que os agressores são provenientes de todos os estratos sociais, que podem ser bons pais, professores, excelentes amigos e cidadãos respeitados na comunidade, não havendo nada no seu comportamento perante os "outros" que deixe antever esta terrível maleita que é a violência. Aliás, a maior parte destes homens usa exactamente o poder e influência que tem no meio, por força do seu estatuto social, para tentar desacreditar as eventuais denúncias a que poderão estar sujeitos, e têm fé que poderão continuar indefinidamente com esta prática porque a vergonha e a exposição a que as vítimas estão sujeitas impede-as, na maior parte dos casos, de os denunciar.

Não é por acaso que existe uma máquina montada, que se traduz em manifestações públicas de solidariedade com os "presumíveis" agressores, pondo em causa a honra e dignidade da vítima, quando certos casos vêm a público.

E isto é algo que temos de inverter, pois faz com que outras mulheres tenham medo de mudar o rumo das suas vidas. As vítimas são as que merecem a nossa solidariedade.

Geralmente as agressões são perpetradas sem testemunhas, logo a prova é difícil, mas noutros casos existem, entre outras provas, mensagens de telemóvel, testemunhas e marcas no corpo difíceis de justificar a não ser por força de uma agressão. E quando isto acontece e depois de provado, será que publicamente estas mesmas pessoas tão solidárias irão também pedir desculpas à vítima? E será que elas não se interrogam em alguns casos, até porque há indícios de comportamentos passados (e exemplificando, sendo que, qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência), porque será que as ex-mulheres destes "dignos cidadãos" fugiram com os seus filhos pela "calada", ou porque será que nenhuma das antigas namoradas ou companheiras quis continuar a residir no mesmo meio destes "presumíveis" agressores? Têm de assumir que não deixa de ser estranho.

Gostaria de prestar um tributo às mulheres que, infelizmente, não foram ouvidas ou que não denunciaram os maus tratos a que tenham sido sujeitas. Os nomes que aqui apresento são um pequeno exemplo da extensa lista de mortes em Portugal nos últimos anos. Espero que sejam motivo de reflexão:
Paula Alexandrina, 23 anos, morta pelo namorado; Carla Ferreira, 29 anos, morta pelo ex-companheiro; Cecília Reis de 32 e seu filho Márcio Filipe de 9, mortos pelo marido/pai; Susana Campos, 27 anos, morta pelo companheiro; Ana Luísa, 46 e seu filho João Diogo de 26, mortos pelo marido/pai; Anita Marques, de 17 anos, que estava grávida, foi morta pelo amante; Marta, 19 anos, morta pelo companheiro; Doroteia, 23 anos, morta pelo ex-namorado; Esmeralda Martins, 62 anos morta pelo marido; Ana Marques, 33, morta pelo marido; Cândida, 28 anos, morta pelo marido; Maria Rosário, 44 anos, morta pelo companheiro; M.ª José Machado, 42 anos, morta pelo marido...

Compete-nos a cada um de nós, mulheres e homens, condenar os comportamentos dos agressores, não só denunciando aqueles que maltratam mas dando crédito, apoio e uma palavra amiga a quem foi vítima de violência, pois ao sofrimento dessas mulheres não podemos juntar o nosso silêncio, a nossa passividade e indiferença.

Este artigo é dedicado a todas as mulheres e, em particular, a uma amiga especial.

Sara André
As verdades incontornáveis...
Data: 04-04-2007

Em altura de campanha eleitoral, muito se diz e muito se promete, mas, acima de tudo, o jogo da mentira, da dissimulação e deturpação de factos é a arma mais utilizada pelos partidos da oposição na Região Autónoma da Madeira e, em especial, pelo Partido Socialista.

Não é à toa que neste momento político, e após a guerra declarada por Sócrates à Madeira, a todos os madeirenses e ao Governo Regional, a campanha do Partido Socialista seja a mais elaborada de todos os tempos, do ponto de vista gráfico e com empresas de Lisboa a trabalhar no sentido de obter resultados na captação de eleitores. Hipocritamente, para o Partido Socialista, e numa altura em que apregoa a necessidade de contenção financeira, o lema parece ser "faz o que eu digo e não olhes ao que eu faço".

Felizmente, o povo da Madeira, que de burro não tem nada, olha com desprezo para estas manifestações, continuando a penalizá-los eleitoralmente, ano após ano.

Contudo, e apesar de considerar que não havia necessidade de o fazer, vou neste pequeno artigo dar alguns exemplos, para os mais esquecidos, e fazer ver porque é que o PSD-Madeira deverá continuar a merecer a confiança dos madeirenses e, mais do que nunca, porque devemos lutar contra todos aqueles que querem atentar contra os nossos direitos, a nossa autonomia e que nos querem continuar a considerar Portugueses de segunda.

1. O Partido Socialista propôs e aprovou a nova Lei de Finanças Regionais que, não só penaliza a Madeira financeiramente, como constitui um feroz ataque à nossa autonomia, pondo em causa o nosso Estatuto Político-Administrativo, aprovado por unanimidade e aclamação na Assembleia da República. Nesta matéria, não podemos esquecer a cumplicidade do CDS-PP que, com a sua abstenção, fez com que tal diploma fosse aprovado com larga maioria. Poderíamos pensar que estamos a falar de partidos que unicamente no continente tiveram tal postura, mas desenganem-se, os deputados socialistas da Madeira aprovaram a lei, e o Partido Socialista da Madeira, tal como o CDS-PP, pôs-se ao lado das suas estruturas nacionais, traindo o povo da Madeira e o interesse de todos os Madeirenses.

Todos sabemos que, ao longo dos anos, o PSD-Madeira, em momentos cruciais no que toca ao interesse da Região, colocou-se contra a sua estrutura nacional sem medo e receio. Acima de tudo, os Madeirenses sempre estiveram à frente de qualquer interesse partidário. Talvez fosse de esperar a mesma postura de outros partidos, nomeadamente, do PS e do CDS-PP regionais, que se dizem defensores da Madeira mas, felizmente, a verdade vem sempre ao de cima e revela-se, no mínimo, ética e politicamente decepcionante.

2. Outro dos atentados da política socialista é a proposta de Estatuto da Carreira Docente, um verdadeiro ultraje, que não só põe em causa a progressão na carreira dos docentes mas também atenta contra uma política de natalidade desejável no nosso País, pois penaliza todos aqueles que planeiam constituir família, tal como põe em causa o trabalho meritório que, em muitos casos, os docentes prestam à sociedade no desenvolvimento de projectos em instituições sem fins lucrativos. O Governo do PSD-Madeira, em colaboração com os Sindicatos dos Professores, discordando desta política, já elaborou nova proposta que visa a sua aplicação na Região, contrariando o diploma socialista nacional.

3. Foi o PSD-Madeira que propôs a nova lei eleitoral, reduzindo substancialmente o número de deputados na Assembleia Legislativa da Madeira e criando um círculo único onde a representatividade do eleitorado regional estará verdadeiramente consubstanciada em número de mandatos.

Era moral, financeira e politicamente injustificável que uma Região com cerca de 250 mil habitantes tivesse um Parlamento com 68 deputados e sem tecto limite, tendo em conta o aumento demográfico.

4. O Governo Socialista parou todo o investimento nas estruturas do Estado na Região. As Forças de Segurança em vários concelhos funcionam em instalações com condições degradantes, sendo os seus agentes altamente penalizados com a falta de reforço nos efectivos e meios, podendo em alguns casos pôr em causa a segurança das populações. A Justiça está no estado que toda a gente conhece, sendo, em alguns casos, as condições dos Tribunais na Madeira atentatórias da própria integridade física dos que neles trabalham, como é o caso do de Santa Cruz, cujo tecto desabou em pleno julgamento. Em relação a tudo isto, o silêncio do Partido Socialista da Madeira é, no mínimo, ensurdecedor. Nada dizem e nada fazem. O PSD-M, ao longo dos anos, tem denunciado estas situações, tentando sempre que o Estado cumpra com as suas obrigações.

Poderia continuar com uma lista infindável de razões que demonstrariam que as políticas socialistas têm-se revelado ultrajantes e penalizadoras, não só para com os madeirenses mas também para todos os portugueses. Acho que fica demonstrado que o Partido Socialista na Madeira tem-se revelado um traidor para o seu povo pois é conivente e apoia todas estas medidas.

Por tudo isto, estas eleições não são umas eleições quaisquer. São umas eleições em que o povo da Madeira mostrará a sua indignação para com o Partido Socialista e para com todos os partidos que com ele têm sido coniventes nos seus ataques a esta Região. Este é o momento em que o povo Madeirense mostrará a sua força e que não se verga aos que nos querem tratar como portugueses de segunda. Estas são as verdadeiras eleições pela AUTONOMIA e pela defesa da nossa REGIÃO.

Sara André
Novo Parlamento e nova Orgânica no Governo
Data: 05-06-2007

1. No rescaldo das eleições, passada a euforia da vitória e o desaire da derrota, tomada de posse dos novos deputados e a do governo que está aí à porta, o próximo mandato promete muita agitação.

Entre os ratos socialistas que abandonaram o barco parlamentar e outros, que por este facto, assumiram o seu lugar, foram sete os eleitos, somando os 2 do PCP, 2 do CDS, um do Bloco, outro do Partido da Terra e, por fim, mais um do PND, a oposição está representada por um total de 14 deputados. Seria com certeza legítimo pensar-se que, em determinadas matérias e momentos, a oposição estará concertada, mas a realidade é que certos partidos já mostraram que terão a sua própria agenda e não irão alinhar em estratégias de terra queimada típica de certa oposição. Ainda recentemente o partido Socialista não conseguiu convencer todos os partidos da oposição a eleger o seu candidato a vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira. As manobras de negociação entre a própria oposição não deixarão de ser algo inédito e engraçado de se ver. Esperemos que, para bem da Madeira, resultem numa oposição mais responsável e politicamente mais honesta.

2. As caras do novo Governo já foram anunciadas. Se as mudanças são poucas a este nível, já no que diz respeito à nova orgânica esta promete mudanças.

O Programa de Reorganização e de Modernização da Administração da Região Autónoma da Madeira (PREMAR) é um estudo que visa, de uma forma responsável e consciente, dar indicações claras e criar estruturas para o estabelecimento de novas regras de gestão da Administração Pública e para que esta possa fazer mais e melhor com menos recursos.

De acordo com a resolução n.º 1087/2006 publicada no JORAM, o PREMAR deve basear-se nos seguintes princípios:

"a) Diagnóstico das actuais actividades desenvolvidas pela administração regional com vista à determinação das actividades que se devem externalizar, descentralizar, extinguir, manter ou transferir para outras entidades públicas ou privadas;
b) Redução das estruturas administrativas, conjugada com a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos e empresas;
c) Racionalização, simplificação e reengenharia de procedimentos administrativos;
d) Concentração ou partilha dos serviços de apoio/suporte destinados a toda a Administração Regional;
e) Reorganizar/racionalizar a administração directa e indirecta em função das missões do Governo Regional e dos diversos Departamentos;
f) Reforçar as funções estratégicas, de estudo e avaliação/controlo de resultados de apoio à Governação;
g) Reforçar as funções normativas, reguladora e fiscalizadora;
h) Racionalizar, e eventualmente externalizar, as funções produtivas e de prestação de serviços;
i) Melhorar as qualificações de processos de trabalho e, consequentemente, dos funcionários da administração regional." "Na reorganização dos serviços de cada Departamento dar-se-á especial atenção à organização progressiva de serviços de partilha de funções e actividades comuns tendo como objectivo, designadamente, a concentração nesses serviços, aos níveis considerados adequados".

Esta organização de serviços de partilha de funções e actividades comuns visa: "a) A concentração de procedimentos de gestão e administração de recursos, designadamente os referidos no número anterior, em cada Departamento, grupos de Departamentos ou Região;
b) A especialização desses serviços e do respectivo pessoal na condução desses procedimentos;
c) A orientação dos demais serviços da Administração e seus recursos para a prossecução dos seus objectivos fundamentais e realização das actividades críticas que justificam a sua existência;
d) A promoção da concorrência com outras entidades prestadoras do mesmo tipo de serviços, promovendo uma cultura de gestão que revele uma lógica de "serviço fornecedor" e de "serviço ao cliente".

5 - A organização de serviços de partilha de funções e actividades comuns obedece, designadamente, aos seguintes princípios: a) Manutenção no serviço "cliente" de todas as decisões de gestão relativas às funções e actividades comuns;
b) Desenho dos procedimentos no sentido da integração e optimização;
c) Utilização de novas ferramentas apoiadas em benchmarking com vista à automatização de procedimentos;
d) Contratualização com os serviços "clientes" quanto a características dos produtos, prazos e níveis de desempenho;
e) Uso intensivo das tecnologias de informação e de comunicação;
f) Implementação de uma contabilidade de custos de forma a viabilizar a permanente avaliação de resultados."

Assim não será de admirar a mudança de pastas entre Secretarias Regionais ou extinção de serviços e Direcções Regionais enquanto organismos autónomos, sendo que as funções até então desempenhadas por estes sejam associadas a outras sob a forma de subdirecções ou serviços.

Uma coisa é certa e já foi garantido, não haverá despedimentos na Função Pública Regional mas com certeza haverão ajustes e mobilidade entre serviços que irão, sem dúvida, permitir uma maior competitividade na nossa Administração e uma melhor e mais racional gestão de recursos.
Sara André
Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez
Em momento algum, se disse, no referendo em questão, que as mulheres que quisessem realizar o aborto podiam fazê-lo gratuitamente.
Data: 07-08-2007

A questão da despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez e da aplicação da lei decorrente do referendo realizado em Portugal tem suscitado um debate aceso na Região pelos diversos argumentos apresentados.

Na minha opinião, penso que a discussão tem desvirtuado o que é fundamental e o que se votou no referido referendo, senão vejamos: O que se votou no referendo foi que as mulheres portuguesas poderiam interromper voluntariamente a gravidez, (por sua vontade), em estabelecimentos devidamente autorizados para o efeito, sem que por isso fossem punidas judicialmente. Em momento algum, se disse, no referendo em questão, que as mulheres que quisessem realizar o aborto podiam fazê-lo gratuitamente através do Serviço Nacional de Saúde.

A gratuitidade da intervenção nos hospitais nacionais foi assumida por uma legislação proposta pelo Governo da República e aprovada em Assembleia da República.

Ainda me lembro aquando da defesa do "SIM", muitos dos seus defensores, perante esta possibilidade, insurgirem-se contra esta proposta e defenderem que os meios do Estado deveriam ser canalizados para a promoção da natalidade, para que as mulheres por razões puramente financeiras ou laborais não tivessem que recorrer a esta prática. As medidas então avançadas previam, entre outras, o reforço de incentivos fiscais na área da saúde e educação, aplicação de uma legislação laboral que proteja mais a maternidade e paternidade ou a criação de incentivos financeiros mais expressivos e de estruturas de apoio à maternidade.

Não nos podemos esquecer que até os chamados "abortos no vão de escada" eram e são pagos, por isso não deixa de ser justo reflectir se o dinheiro previsto pelo Estado deverá ser canalizado para a gratuitidade do aborto (desresponsabilizando o Estado para a aplicação de medidas conducentes à maternidade), ou se a sua aplicação deveria ir exactamente no sentido inverso.

E para aqueles que rebatem esta ideia com as recentes propostas do Governo da República, deviam saber que estas apenas vêm resolver uma pequena parte da grande dimensão que são os problemas relacionados com as condições de vida das mulheres.

Não podemos também ignorar dados importantes como o do envelhecimento da população espelhados pelo INE e as condições de vida das mulheres. Estas são situações que o Estado tem de resolver, como é óbvio, sendo que a última está intimamente ligada às razões que levam as mulheres à prática do aborto.

"O índice de dependência total - o número de jovens (indivíduos dos 0-14 anos) e de idosos (com 65 e mais anos) em cada 100 indivíduos em idade activa (15-64 anos) - situa-se em 48,6 indivíduos em 2005. O índice de dependência de jovens situou-se nos 23,1 indivíduos (23,2 em 2004), enquanto o rácio de idosos na população potencialmente activa passou de 25,2 para 25,4 indivíduos. O índice de envelhecimento aumentou de 109 idosos por cada 100 jovens em 2004 para 110 em 2005, traduzindo o envelhecimento populacional".

"O adiamento da maternidade reflecte as mudanças que se têm verificado no ciclo de vida, nomeadamente quanto à participação no sistema de educação e formação, à inserção no mercado de trabalho, ao casamento, à formação da própria família e, em consequência, à entrada na parentalidade. Entre 1975 e 2005, as mulheres retardaram a idade média à primeira maternidade cerca de quatro anos e à maternidade, de um modo geral, cerca de dois anos: em 2005, a idade média ao nascimento do primeiro filho era de cerca de 28 anos (24 em 1975) e a idade média ao nascimento de um filho de aproximadamente 30 anos (28 em 1975).

Sendo que "ainda que desde 2000 a taxa de desemprego tenha vindo a subir, manteve-se a diferença entre as taxas dos dois sexos em cerca de 2 pontos percentuais, tendo atingido 2,5 pontos percentuais em 2006. Neste ano, a taxa de desemprego das mulheres foi de 9,0% e a dos homens de 6,5%." Não quero dizer com isto que não concordo com a despenalização das mulheres que tenham que interromper a gravidez, bem pelo contrário. Compreendo que muitas mulheres tenham que recorrer a esta prática, pelas condições hoje existentes no nosso País, e é também por isso que considero que não devem ser penalizadas e julgadas. Contudo, não posso deixar de pensar que os meios do Estado, em primeiro lugar, devem estar ao dispor dos cidadãos e das mulheres em particular, para que a prática do aborto seja tida como último recurso.

P.S. - Gostaria de agradecer ao Sr. Gonçalo Nuno, do Centro das Comunidades Madeirenses do Governo Regional, e a todos os intervenientes do Consulado e Polícia de Joanesburgo por terem tornado possível o regresso da Tânia para junto da sua família.

O vosso profissionalismo e competência ficaram bem patentes pela celeridade em que se resolveu uma situação que poderia ter um desfecho trágico.
in Diário d Noticias


 poder de fazer o bem 17-08-200726/Out/2007 19:27
Sara André
O poder de fazer o bem
Alguém na Antiguidade disse: "Roma não recompensa os traidores"; não me enganarei se disser que os Madeirenses e Porto-santenses também não!
Data: 17-08-2006

1. Tempos difíceis se avizinham para a Região Autónoma da Madeira. A redução dos muitos milhões de Euros nas receitas da Região por via do corte nas transferências do Orçamento da Estado fará não só com que o desenvolvimento e crescimento económico que temos tido abrande, mas, em muitos casos, pode provocar desequilíbrio e estagnação. O investimento público tem sido o grande motor da economia madeirense. Não tenhamos dúvidas que as diversas obras, um pouco por toda a ilha, têm melhorado a qualidade de vida das pessoas e proporcionado emprego a muita gente, através do aparecimento de novos negócios descentralizados da nossa "capital" e das empresas que realizam estes mesmos investimentos.

O Governo Central de Lisboa apela à contenção e sacrifícios para bem do País, o problema é que para além de não aplicarem o que apregoam ao próprio Estado, esquecem-se (ou talvez não) de que, com esta medida, podem pôr em causa a estabilidade económica e social que conseguimos atingir. Em vez de nos pedirem um sacrifício, querem claramente sacrificar uma Região, nivelando-nos por baixo e impondo-nos uma prestação económica medíocre, à semelhança do que actualmente se verifica em Portugal Continental.

Não sou particularmente partidária de teorias de conspiração, mas neste caso, é mais que evidente, a concertação estratégica e conluio político do Partido Socialista Nacional, da Madeira e dos Açores, contra a Região Autónoma da Madeira. Ao longo de todos estes anos, nunca conseguiram derrotar nas urnas o PSD-Madeira, pois a obra é notória e reconhecida. A estratégia agora encontrada para atingir este fim - o de ganhar eleições ao PSD-Madeira - consiste em prejudicar os madeirenses e o seu desenvolvimento. A vil fórmula assenta no seguinte: fazendo tábua rasa de princípios constitucionais fundamentais, como o da solidariedade do Estado às Regiões e a consagração do reconhecimento, nacional e internacional, das dificuldades acrescidas para a Região que decorrem da sua insularidade e ultraperiferia, o Governo de Lisboa pretende "roubar" verbas do Orçamento de Estado que por direito deveriam contemplar a Madeira a favor dos Açores, provocando um claro retrocesso no investimento público por parte do Governo Regional; logo o desemprego aumentará; o poder de compra diminuirá; negócios fecharão; as pessoas começarão a ficar descontentes; e haverá (esperam esses senhores) uma alteração política a seu favor.

Tendo em vista a obtenção do poder político, o PS-Madeira mostra, assim, que não hesitará em "sacrificar" o povo madeirense para a obtenção dos seus objectivos.

Só com base num conluio conspirativo é que podemos perceber o silêncio do Partido Socialista Madeira face a estas medidas. Lembro a todos que, em situações similares, mesmo quando o PSD era Governo da República, o PSD-Madeira e o Dr. Alberto João Jardim sempre colocaram os interesses da Madeira acima dos interesses partidários. O Dr. Alberto João Jardim insurgiu-se sempre, gritou bem alto, criticou, nunca se calou. E a Madeira colheu os frutos graças a esta postura.

As perguntas que ficam são: onde anda o Partido Socialista da Madeira? Qual a posição dos seus deputados à Assembleia da República?
Como podem eles acreditar que esta estratégia dará certo? Pensarão eles que estamos de olhos fechados? Que o povo é "parvo" e não pensa ou não percebe?
Alguém na Antiguidade disse qualquer coisa como: "Roma não recompensa os traidores"; estou ciente que não me enganarei se disser que os Madeirenses e Porto-santenses também não!!!
Não se atrevam a tirar-nos o que nos é devido, pois podem estar certos que os Madeirenses e Porto-santenses não cruzarão os braços e enfrentarão este desafio. Somos um povo lutador que saberá ultrapassar mais este desafio e eventual adversidade.

Mais do que nunca, é preciso cerrar fileiras, não só no PSD-Madeira, mas unir todos os madeirenses, pela defesa da nossa Região e pelo reforço da sua Autonomia.

2. Um dia destes li um artigo de Paulo Coelho, que contava uma pequena fábula que passo a transcrever para vossa reflexão: Malba Tahan conta a história de um homem que encontrou um anjo no deserto e lhe deu água. - "Sou um anjo da morte e vinha buscá-lo, - disse o anjo - mas como você foi bom, vou emprestar-lhe o Livro do Destino por cinco minutos e você pode alterar o que quiser.

O Anjo entregou o livro. Ao folhear as suas páginas, o homem foi lendo a vida dos seus vizinhos. Ficou descontente. - Estas pessoas não merecem coisas tão boas - pensou. De caneta em punho, começou a piorar a vida de cada um. Finalmente chegou à pagina do seu destino. Viu o seu final trágico, mas quando se preparava para o mudar, o livro sumiu. Já tinham passado cinco minutos. E o anjo, ali mesmo, levou a alma do homem".

Assim é o mundo em que vivemos. Perdemos tanto tempo a querer mudar a vida dos outros, de uma forma pouco positiva que, tantas e tantas vezes, nos esquecemos do que é realmente importante e na maior parte das vezes quando acordamos e queremos fazer algo de positivo já é demasiado tarde...

Quem tem o poder que se preocupe em fazer sempre o Bem. Talvez se nesta história, da mesma forma que o homem foi recompensado por ter sido bom, ao ter dado a água ao anjo, tivesse perdido os cinco minutos a fazer o bem aos outros, com certeza teria tido nova recompensa e a possibilidade de alterar o seu próprio destino.

Não o fez. Com o poder, corrompeu-se e...
in Diário de Noticias
Sara André
Os animais têm direitos
"Os animais dividem connosco o privilégio de terem uma alma" - Pythagoras. O Homem tem a obrigação de garantir que todo o animal seja respeitado.
Data: 08-10-2007

Nos últimos tempos, têm sido muitas as notícias, relatos e cartas do leitor, vindas a público, sobre o abandono e maus-tratos a animais.

Muitos de nós temos animais de estimação, e porque somos incapazes de os tratar mal, achamos que muitas das vezes existe algum exagero, e que é impossível haver pessoas que o façam, com a crueldade e requinte de malvadez descrita.

Cães e gatos abandonados na cidade parecem fazer parte do cenário e são olhados com alguma indiferença como de "sem abrigo" se tratassem.

Cães vagueiam pelas ruas, e parece já saberem onde atravessar a estrada, muitos chegam até a respeitar as passadeiras e os semáforos para peões. São como pessoas. Parecem adaptados ao seu modo de vida, e se não nos chatearem, nós não nos aborrecemos com eles.

Esquecemo-nos que são animais que precisam de carinho e cuidados, e que, quase de certeza, já foram de alguém.

Confesso que nunca gostei muito de cães e sempre tive um pouco de medo deles. Os gatos sempre foram o meu animal preferido, e aquele que escolhi para ter em casa. Mas, recentemente, tudo mudou.

Quando vinha para casa, a semana passada, deparei-me com um grande cão preto na estrada. Sem rumo e desorientado, parecia procurar o caminho de regresso a casa, mas sem sucesso. Estava longe de tudo o que lhe era familiar.

Olhou para mim e, mesmo sem ladrar, pareceu pedir-me ajuda. Não resisti. Parei o carro e fui ao seu encontro sem medo ou receio. Parecia coisa do destino. Estendi-lhe a mão para uma festa ao que ele a aceitou como se de a maior dávida se tratasse, e os seus olhinhos meigos pareciam dizer "-leva-me para casa". Apaixonei-me de imediato.

Procurei saber junto dos vizinhos se o cão era de alguém, se se havia perdido. Deixei recado na merceeiria e no bar do Sítio, que o cão estaria comigo se alguém o procurasse.

Explicaram-me que era muito usual aparecerem cães por estas bandas. As pessoas vêm para longe abandoná-los, para que os animais não encontrem o caminho de regresso.

Hoje o "Velhinho" (nome que dei ao cão, por não ser novo e já ter muitos pêlos brancos), já me adoptou como dona, e a minha casa passou a ser dele. Respeita os inquilinos mais antigos, os gatos, e tenta, inclusivamente, brincar com eles sem lhes querer fazer mal. Protege a casa como se fosse sua, ladrando e dando alerta a todos os que se aproximam do portão. Dorme na porta da varanda do meu quarto como se quisesse velar o meu sono. A única coisa que me pede é que trate dele e lhe dê carinho, uma festa, uma atenção. Não sei quem teve mais sorte neste acontecimento, se eu, se o "Velhinho", pela alegria que trouxe à casa, mas agora penso no azar de todos os que se desencontram ou não se encontram. Nas dezenas de animais abandonados que ficam sozinhos e que não têm com quem partilhar a alegria de ser querido e de gostar de alguém. Na impossibilidade da SPAD poder acolher animais abandonados por falta de meios e recursos.

Felizmente, alguns bons exemplos ainda vão persistindo, e a consciência social de algumas empresas começa a fazer diferença, mesmo que pontualmente e ainda, conjuntamente, muito longe do ideal. A título de exemplo, a Pneuzarco entregou um donativo de 5000€ à Sociedade Protectora dos Animais no ano de 2006, esperemos que outras possam dar o seu contributo para que os animais abandonados nas ruas e estradas da nossa Região, sejam uma visão do passado.

Só para relembrar, segundo a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, aprovada pela UNESCO e posteriormente pela ONU, entre outros direitos: -Todo o animal tem o direito de ser respeitado.

-O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar os outros animais ou de os explorar, violando esse direito. Tem a obrigação de empregar os seus conhecimentos ao serviço dos animais. -Todos os animais têm direito à atenção, aos cuidados e à protecção do homem.

-Nenhum animal será submetido a maus tratos nem a actos cruéis. -Todo o animal que o homem tenha escolhido por companheiro, tem direito a que a duração da sua vida seja conforme à sua longevidade natural.

- O ABANDONO DE UM ANIMAL É UM ACTO CRUEL E DEGRADANTE.
Sara André
No insólito da revista Sábado, deparei-me com um notícia verdadeiramente espantosa:
 “ Homem Fica Estúpido diante de uma Loira. - Diminuição da actividade cerebral e descida do quociente de inteligência são duas reacções do homem anglo-americano quando está perante uma loira. De acordo com a investigação divulgada em Londres, as reacções são consequência do estereótipo da loira burra. Perante o que imagina pouco inteligente, o cérebro preguiça.”
A verdade é que isto é uma verdadeira vantagem para as loiras pois, por um lado, ao menosprezarem a sua inteligência, e não estando à espera de feitos extraordinários, logo são apanhados de surpresa e, por outro lado, não deixa de ser irónico a constatação de que os outros é que ficam estúpidos, sendo que muitas loiras, na verdade, não o são. Parece confuso, não é?!!
Mas…comecei logo a questionar-me. Será que com a quantidade de loiras que andam aí os homens estão a ficar completamente estúpidos? É que essa pode ser uma explicação científica para certas medidas, atitudes e discursos políticos a que temos assistido. É que existem certos políticos que, se calhar por olharem para muitas loiras ou conviverem com elas, acham que anda tudo estúpido e que ninguém percebe o que na realidade se está a passar.
Mas o que vos trago hoje para reflexão são as “loirices” do Partido Socialista:
1. Não é novidade nenhuma quando dizemos que queremos que, em Portugal, os casais tenham mais filhos tendo em conta o envelhecimento da nossa população. E queremos que estes casais sejam pessoas que, à partida, tenham condições e proporcionem aos seus filhos a melhor educação e qualificação para tornar o nosso País cada vez mais competitivo e sustentável do ponto de vista demográfico.
Em simultâneo, fazemos campanhas de controlo de natalidade junto das pessoas mais carenciadas para tentar combater o ciclo da pobreza e junto dos jovens para prevenir a gravidez na adolescência e outras práticas que levem a situações de risco na sexualidade, promovendo a prevalência dos sentimentos e da instituição família.
A JS nacional apresenta, em Lisboa, uma campanha de outdoors com uma imagem de um rapaz jovem rodeado de uma morena e uma loira, com a mensagem de que o governo abrirá 25.400 vagas para creches em Portugal… A imagem não deixa de ser subtil…, um rapaz e duas raparigas associados à mensagem da multiplicação…
Mas se formos analisar as medidas de apoio à maternidade estas ainda são mais contraditórias com aquilo que toda a gente defende:
Os incentivos fiscais na educação e saúde são ridículos, a classe média é altamente penalizada, os apoios, mesmo que escassos, são dirigidos aos mais pobres, o que transmite uma mensagem contraditória ao objectivo socialmente pretendido, as famílias numerosas continuam a não ser apoiadas convenientemente e a protecção da maternidade e paternidade no trabalho ainda tem um longo caminho a percorrer.
2. Não é que os Deputados Socialistas que foram eleitos pela Madeira, que supostamente deveriam defender os interesses da Madeira e dos madeirenses votaram a favor de um orçamento de Estado que nos penaliza? Sim, é verdade…Acreditem…Não estão loiros. Mais uma vez traíram o povo da Madeira e quem os elegeu.
3.O Governo Socialista promoveu uma medida INÉDITA no País… apresentou, com pompa e circunstância, a entrega de computadores numa escola e que os alunos teriam o inglês e a informática no 1.º ciclo,   e anunciou que pretendia estender esta medida a todo o território. Bem…. Aí, eu fiquei mesmo estúpida. È que a medida “INÉDITA” tem vindo a ser implementada há vários anos na Região Autónoma da Madeira.
4. O Governo Socialista anuncia a criação de milhares de postos de trabalho em Portugal…mas a taxa de desemprego continua a subir… Ou seja, em Portugal as empresas, por exemplo, criam 3 novos postos de trabalho numa área qualquer, mas se depois despedem 30 noutra, em que é que ficamos?! E noutros casos por cada empresa que surge fecham 3….São as chamadas contas de SUMIR.
Há coisas fantásticas, não há….??!!!

Sara André
in Diário de Noticias

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